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ANASTÁCIA

Emiliano Queiroz escreveu novela que precisou de terremoto para ser salva

Fabio Rebelo/TV Globo

Com uma peruca morena, Emiliano Queiroz tem expressão reflexiva em cena de Doce de Mãe

Emiliano Queiroz em cena de Doce de Mãe (2014); experiência como autor não foi bem-sucedida

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 4/10/2024 - 14h46

Aclamado nacionalmente como ator, Emiliano Queiroz (1936-2024) também teve uma experiência mal-sucedida como escritor de novela. O artista foi o responsável pelo folhetim Anastácia, a Mulher sem Destino (1967), considerado um dos piores da história da Globo. O fracasso foi tanto que Janete Clair (1925-1983) foi convocada às pressas para assumir os roteiros e, sem ver outra saída, recorreu a um terremoto que matou mais de 100 personagens de uma vez.

Na época, Emiliano Queiroz tinha sido convidado pela autora cubana Glória Magadan (1920-2001) para escrever a trama baseada no folhetim francês A Toutinegra do Moinho (1956). A história se passava no século 18, quando os republicanos foram cercados por toda a França.

Casado com Anastácia, interpretada por Leila Diniz (1945-1972), Henri Monfort, vivido por Henrique Martins (1933-2018), lutava contra a monarquia e planejou a fuga da família para o castelo de Monfort, propriedade que tinha acabado de herdar. No entanto, ele foi preso antes de partir, deixando sozinhas a mulher e a filha recém-nascida, Henriette.

As duas foram vítimas de uma emboscada e acabaram separadas. Anastácia virou prisioneira em um navio corsário e enlouqueceu aos poucos por causa da falta de notícias da filha. Já a bebê foi criada pelos camponeses Pierre, papel de Ênio Santos (1922-2002), e Gaby, interpretada por Miriam Pires (1927-2004), que não faziam ideia de sua verdadeira origem.

A novela não caiu nas graças do público, que tinha dificuldade de entender a trama por conta do excesso de personagens. Janete Clair acabou sendo chamada pela emissora para tentar salvar a novela do fiasco completo --a autora já tinha experiência em folhetins e havia trabalhado na Rádio Nacional e na TV Tupi (1950-1980).

A dramaturga decidiu inventar um terremoto na história para matar mais de cem personagens e ainda usou como recurso uma passagem de tempo de 20 anos, dando uma guinada na vida dos sobreviventes e reajustando completamente a narrativa.

Leila Diniz passou a interpretar dois papéis na novela: Anastácia e Henriette. A filha perdida, inclusive, assumiu o protagonismo na história ao lado de Roger (José Augusto Branco), que era filho de Blanche, papel de Aracy Cardoso (1937-2017).

Apesar de não ter sido um sucesso de audiência, o folhetim reagiu após as mudanças feitas por Janete Clair. Depois de ter aceitado tal "missão impossível", a escritora permaneceu na Globo e foi responsável por novelas de sucesso, como Selva de Pedra (1972), Pecado Capital (1975), O Astro (1977) e Pai Herói (1979).

Já Emiliano Queiroz teve uma experiência tão ruim que nunca mais voltou a assinar novelas, preferindo se manter na frente das câmeras em tramas como Irmãos Coragem (1970), O Bem-Amado (1973), Pai Herói (1979), Cambalacho (1986), Hilda Furacão (1996) e Alma Gêmea (2005).


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