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Eduardo Semerjian

Da Parada Gay ao SBT, ator com cara de rico estreia em novela infantil aos 52 anos

Reprodução/Netflix

O brasileiro Eduardo Semerjian como host da Parada Gay de São Paulo na série Sense8, da Netflix - Reprodução/Netflix

O brasileiro Eduardo Semerjian como host da Parada Gay de São Paulo na série Sense8, da Netflix

MÁRCIA PEREIRA

Publicado em 20/4/2018 - 5h26

Eduardo Semerjian fará uma novela pela primeira vez aos 52 anos, apesar de já ter 28 de carreira. Ele interpretará o professor Salvador na trama infantil As Aventuras de Poliana, que estreia dia 16 de maio no SBT. Mas o cinquentão está bombando na TV. Depois de debutar em tramas estrangeiras na Netflix, atua em três séries nacionais lançadas neste ano. O ator fala inglês fluentemente e brinca que seu cartão de visitas é "ter cara de rico".

"Sou muito conhecido pelos meus trabalhos mais sérios, como em Maysa [minissérie da Globo de 2009], em que eu fiz um personagem rico, poderoso [o milionário André Matarazzo]. Acho que engano bem, mas me chamam mais para papéis que tenham peso e um pouco de classe. Esse é o óbvio do meu perfil", diz. 

Por isso, ele comemora a nova safra de atuações na TV, já que conseguiu trabalhos bem diversificados. "Fazer Poliana foge do perfil que de certa forma era imposto para mim, e isso me deixa muito feliz", celebra.

Mas não é só na novela infantil do SBT que ele saiu do lugar comum a que estava acostumado. Semerjian foi funcionário corrupto da embaixada norueguesa em Lilyhammer (2014) e host da Parada Gay em Sense8 (2017), ambas da Netflix.

Faz um professor de esgrima homossexual em O Negócio (HBO) desde a primeira temporada, virou um machão presidente de uma confedereção de MMA em Rio Heroes (Fox) e o assessor do governador em Rotas de Ódio (Universal Channel). 

renato rocha miranda/tv Globo 

Semerjian como André Matarazzo, marido de Maysa (Larissa Maciel), em cena da minissérie

Detalhe: Semerjian não tem agente. Ele mesmo prospecta os trabalhos que consegue e não abre mão de estar no palco com peças de teatro. Atualmente, está em cartaz no espetáculo Aula Magna com Stalin, no Masp Auditório (São Paulo).

"Com quase 30 anos de carreira, encaro fazer uma novela como uma nova experiência. Sou oriundo da era Collor [ex-presidente Fernando Collor de Mello, início dos anos 1990]. Comecei como ator logo depois que o dinheiro foi sequestrado. Foquei primeiramente em pesquisa no trabalho de ator, o que me fez penar muito. Tive de ganhar dinheiro fazendo outras coisas, publicidade principalmente", conta.

Porém, mesmo diante das dificuldades, o veterano foi avesso a fazer TV por um tempão. Sua primeira experiência com as câmeras foi em 2005, quando fez uma particição na série Carandiru, Outras Histórias (Globo). A partir daí, trabalhou três anos na TV Cultura e não parou mais.

"Vieram trabalhos na Record, apareceu a minissérie Maysa e tudo o mais que tenho feito. Foi sem planejamento, segui de acordo com o que fui tendo chances. E o audiovisual cresceu muito depois da lei que obriga produções nacionais na TV paga", finaliza. 

A Lei 12.485, conhecida como Lei da TV Paga, foi sancionada no final de 2011 e aqueceu o mercado audiovisual brasileiro.

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