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REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Antes de sair da Globo, Chico Pinheiro teve áudio de apoio a Lula vazado nas redes sociais
Chico Pinheiro declarou seu voto em Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições gerais deste ano. O jornalista lembrou do momento que teve um áudio vazado nas redes sociais sobre seu apoio ao ex-presidente. Na época, ele ainda era contratado da Globo. "Houve uma dose de ingenuidade, mas eu não estava focado nesse risco", explicou ele, que deixou a emissora após 32 anos de trabalho.
"Realizaram o fetiche. O fetiche deles era Lula na cadeia. Não foi feito do jeito que eles queriam, mas o Lula foi. E agora? O que vão fazer agora? Como é que fica? Qual é o próximo passo? Que o Lula tenha calma e sabedoria, inspiração divina para ficar quieto onde ele está", disse Pinheiro na ocasião, dias após a prisão do ex-presidente.
Em entrevista ao UOL, o jornalista explicou que pretendia animar os colegas de grupo, já que todos estavam bastante abalados com a situação de Lula.
"Vazou, eu acho um absurdo que uma coisa vaze. Hoje a gente sabe que as coisas viralizam. Houve uma dose de ingenuidade, mas eu não estava focado nesse risco, eu estava focado em dizer: 'Gente, isso que está acontecendo é importante'. Esse pessoal que perseguia [o Lula] tinha um fetiche, o negócio deles era 'vamos demonizar o Lula'. A mais importante liderança do país estava na cadeia, e abriram caminho para colocar o Bolsonaro no poder.
Pinheiro falou também sobre o que a direção da Globo fez após seus áudios serem compartilhados nas redes sociais.
Não houve nenhuma punição. Eu nunca falei disso publicamente. Houve uma conversa minha com a direção, porque isso provocou um barulho muito grande. Fui convidado pelo Ali Kamel, esperando até algum tipo de repreensão, ele estendeu a mão e falou: 'Sou solidário, o que fizeram foi uma baita sacanagem'. Ele me lembrou: 'Você não fala só por você, você fala pela emissora'. Depois disso, veio uma recomendação a todos os jornalistas.
Na época, o Notícias da TV teve acesso ao comunicado enviado por Ali Kamel, diretor-geral de Jornalismo da Globo.
"Daí porque não se pode expressar essas preferências publicamente nas redes sociais, mesmo aquelas voltadas para grupos de supostos amigos. Pois, uma vez que se tornem públicas pela ação de um desses amigos, é impossível que os espectadores acreditem que tais preferências não contaminam o próprio trabalho jornalístico, que deve ser correto e isento", alertou Ali Kamel em um e-mail.
Crítico de Jair Bolsonaro, Chico Pinheiro ainda reforçou que pretende votar em Lula para a Presidência do Brasil. "Claro que eu declaro voto, não tenho medo disso, principalmente porque temos dois candidatos no páreo. De um lado é a negação da política, da vida e do Brasil que eu creio. Olha, não sou petista, mas quando você critica esse governo que está aí, você é chamado de petista ou comunista".
"O que eu estou fazendo agora é engajamento, quando eu trago essas informações, é por isso. Não acho que seja perfeito, não acredito que ele seja santo, mas eu considero um fenômeno na presidência, talvez o mais importante da nossa história", completou o jornalista em outro trecho.
Confira a entrevista na íntegra:
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