Calabresa lamenta 'peso horroroso' de denúncia de assédio: 'Várias pessoas'

Dani Calabresa chorou enquanto lamentava o "peso horroroso" das denúncias de assédio feitas contra Marcius Melhem. Sem citar o nome do comediante, a humorista afirmou que o caso não se restringe a ela e que "tem várias outras pessoas" que também teriam sido vítimas do comportamento inadequado do ex-chefe de Humor da Globo.

"Falo: 'Adoraria que isso não tivesse acontecido comigo, queria que não fosse eu'. Queria que meu caso não tivesse se tornado público, até porque tem várias outras [que também sofreram assédio], então é super injusto comigo. Parece que é o caso da Dani. Não é o caso da Dani, tem várias outras pessoas. Uma pena que não tenha o nome na imprensa, mas veio um peso horroroso para mim", afirmou Dani em entrevista ao À Prioli no sábado (10).

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Durante o programa da CNN Brasil, Gabriela Prioli questionou se a atriz sentia um cansaço por enfrentar esse caso delicado. Entre lágrimas, Dani respondeu que sim e complementou: "Queria trabalhar feliz, só isso. Não quero enfrentar briga, ter que me justificar e provar o óbvio. Ao mesmo tempo, não quero perder a fé [de que] a verdade é a coisa mais poderosa. Vai lá, fala, mostra, foi, vamos embora! Vai enfrentar muita coisa, tem julgamento, fofoca, tentar descredibilizar, estratégia".

"Estratégia? É uma palavra que ouvi no Big Brother, nunca tive estratégia na minha vida, nunca pensei em nada. Sou muito coração, vou com o que acredito, com o que estou sentindo, mas é muito difícil, muito desgastante. E você ficar nesse processo: 'Estou certa? Estou louca?'. É chato isso", prosseguiu.

Na entrevista, Dani afirmou que teve o apoio de colegas, como a humorista Maria Clara Gueiros. "[Elas disseram]: 'Não, você não está louca. Você não tem que passar por isso, não tem que sorrir para isso, não tem que fingir que não te magoou'. Não tem, não tem que ter medo. Ninguém tem que trabalhar com medo e ninguém tem que procurar a culpa em si mesmo, acho que é a coisa mais difícil", ressaltou.

"Aí você faz um: 'Ah, mas você estava rindo'. Claro! É a minha forma de me defender, ninguém recebe um manual de instruções de como lidar com situações constrangedoras. Eu lido rindo, brincando. Só que aí é um: 'Você não estava brincando? Mas você não tinha bebido?'. Você procurar justificar é exatamente normalizar e autorizar que os homens continuem fazendo coisas inadmissíveis", destacou a humorista.

'É muito difícil'

"É muito difícil reagir a cantada de amigo, no trabalho, do chefe. A cantada de alguém que tem poder é a pior. Que briga você compra com essa pessoa? 'Não, tá tudo bem, não quero que fique chateado comigo, depois vai me dar bronca e não quer trabalhar comigo'. Então, você triplica o medo, é uma situação horrorosa", admitiu ela.

Na entrevista, Dani afirmou que recebe mensagens nas redes sociais sobre o caso e que os relatos a deixam forte: "Que a gente fique alerta, se projeta. Que uma veja a outra, que uma fale: 'Eu também vi'. Ao mesmo tempo, é um 'meu Deus, você ainda tem que ir sofrendo, se preocupar em juntar provas".

"Você fica orgulhosa? Não! Eu só quero viver tranquila, não acordei, botei o uniforme da She-Ra um dia e falei: 'Sabe o que vou fazer? Acabar com injustiça de homem'. Não, é um peso horrível e que não quero para a minha vida, porque não foi causado por mim", disse.

Em agosto, o Tribunal de Justiça de São Paulo arquivou uma ação de Dani contra Melhem, na qual a atriz pedia que o ex-colega de trabalho fosse proibido de expor mensagens pessoais trocadas entre eles por WhatsApp.

Confira a entrevista na íntegra: