LUTO
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Gilberto Braga na época do lançamento de Babilônia (2015), sua última novela na Globo
Morreu na noite desta terça-feira (26), aos 75 anos, o autor Gilberto Braga, responsável por novelas de sucesso como Escrava Isaura (1976), Vale Tudo (1988), Pátria Minha (1994) e Celebridade (2003), entre muitas outras obras que fizeram história na Globo. Ele lutava contra a síndrome de Alzheimer e, desde a última sexta (23), estava internado por causa de uma infecção causada após a perfuração de seu esôfago.
Sobrinho do escritor, Bernardo Araújo afirmou ao site G1 que o tio tinha desenvolvido outros problemas de saúde nos últimos anos, como a hidrocefalia, e também enfrentou cirurgias na coluna, no coração. Ele ainda apresentava dificuldade para caminhar.
Braga, casado com o decorador Edgar Moura Brasil desde 2014, faria aniversário na próxima segunda-feira (1º). Apesar de demorarem a oficializar a união, os dois viviam juntos há mais de quatro décadas.
Em 2008, Gilberto Braga foi indicado ao Emmy Internacional por seu trabalho em Paraíso Tropical (2007), atualmente reprisada no canal Viva. Seu último folhetim na Globo, porém, não fez jus ao auge de seu trabalho: em 2015, ele assinou com Ricardo Linhares e João Ximenes Braga a novela Babilônia, um dos maiores fracassos da Globo na faixa das 21h.
Nascido no bairro de Vila Isabel, na zona norte do Rio de Janeiro, Gilberto Braga começou sua carreira como crítico de teatro. Estreou na Globo em 1972, quando escreveu uma adaptação do romance A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas (1802-1870). Em parceria com Lauro César Muniz e Janete Clair (1925-1983), escreveu sua primeira novela original em 1974: Corrida do Ouro.
Na sequência, Braga se especializou em adaptar livros clássicos para a televisão, com o auge em 1976, quando escreveu Escrava Isaura, um dos maiores sucessos internacionais da Globo.
Sua primeira novela das nove --na época ainda chamada de novela das oito-- foi Dancin' Days (1978), uma trama que arrebatou o público com a saga das irmãs Yolanda (Joana Fomm) e Júlia (Sônia Braga), que disputavam a atenção e o afeto de Marisa (Gloria Pires).
O escritor assinou outros grandes sucessos como Água Viva (1980), Louco Amor (1983), Anos Dourados (1986), Anos Rebeldes (1992), Celebridade (2002) e Paraíso Tropical.
Um de seus trabalhos mais bem-sucedidos foi Vale Tudo (1988), escrito em parceria com Aguinaldo Silva e Leonor Bassères. A novela, que discutia se valia a pena ser honesto no Brasil e retratava de forma ácida o jeitinho brasileiro, fez o país parar com tramas cativantes e um grande mistério: quem matou Odete Roitman (Beatriz Segall)? A personagem é até hoje considerada uma das maiores vilãs da dramaturgia nacional.
Braga também conheceu o fracasso ao longo de sua carreira. Folhetins como Brilhante (1981), O Dono do Mundo (1991) e, sobretudo, Babilônia enfrentaram forte rejeição do público.
Recentemente, o autor trabalhava em um folhetim para o horário das seis. Feira das Vaidades seria baseada no romance Vanity Fair (1848), de William Makepeace Thackeray (1811-1863). O projeto já tinha um diretor escalado, Dennis Carvalho, parceiro do autor em diversas novelas, e contava com 80 capítulos escritos.
Entretanto, em agosto deste ano, a trama foi descartada pela emissora. O Notícias da TV apurou que um dos motivos para o cancelamento da trama foi justamente a saúde de Gilberto Braga, que já estava debilitada.
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