GUILHERME KARAN
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
O ator Guilherme Karan na novela América (2005); ele morreu vítima de doença degenerativa
Um ator que apareceu em várias novelas de Gloria Perez teve uma morte triste e precoce. Guilherme Karan, que apareceu recentemente na Globo na reprise de O Clone (2001) no Vale a Pena Ver de Novo, se foi aos 58 anos, vítima de uma síndrome degenerativa que comprometeu suas funções motoras e neurológicas. Pouco antes de morrer, ele não conseguia mais falar.
Guilherme Karan começou a carreira na TV na novela Partido Alto (1984), da Globo, mas logo se destacou na comédia. Ele ganhou fama ao interpretar personagens no humorístico TV Pirata (1988-1992).
Também foi muito elogiado por sua interpretação do mordomo Porfírio em Meu Bem, Meu Mal (1990) --o autor, Cassiano Gabus Mendes, chegou a declarar que era seu personagem preferido, pois podia colocar seus pensamentos nas falas dele.
Ao longo dos anos, Karan também foi se tornando queridinho de Gloria Perez. Ele atuou em três novelas dela: Explode Coração (1995), O Clone (2001) e América (2005), que acabou sendo seu último trabalho na teledramaturgia.
Em 2005, Karan sofreu um assalto dentro de um táxi, que terminou com a morte do taxista pelo bandido. A partir daí, ele passou a desenvolver sintomas da doença de Machado-Joseph, síndrome degenerativa que ataca a coordenação motora e o controle sobre os músculos.
A doença foi tomando o organismo do ator, que chegou a passar dois anos internado. De acordo com o pai dele, a condição era hereditária.
"Ele herdou da mãe. Perdi um filho com a mesma doença. Guilherme fica na cadeira de rodas o tempo todo. Tem horas que ele está lúcido e tem horas que não. Ele não quer falar com ninguém. Está deprimido. E é um ponto de vista que temos que respeitar. Eu, como pai, compreendo e dou toda a assistência que posso", disse Alfredo Karan em entrevista ao jornal Extra em 2012.
Guilherme Karan morreu em julho de 2016, vítima da doença. O pai do ator disse, em relação aos últimos meses de vida do filho: "Ele não falava mais, só se comunicava com os olhos. É difícil aceitar ser visto assim". Karan deixou mulher e um filho, que fez exames genéticos e teve resultado negativo para a síndrome.
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