QUERIDINHO DA GLOBO
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Juan Paiva está em duas produções da Globo ao mesmo tempo: protagonista de Renascer e Justiça
Desde sua estreia em Totalmente Demais (2015), Juan Paiva não para de trabalhar. Há quase dez anos na batalha, o ator colhe agora os frutos de tanto esforço. Após ter se destacado em Um Lugar ao Sol (2021), o intérprete do enjeitado João Pedro em Renascer brilha ainda como protagonista de uma das histórias de Justiça 2. Mas tanto trabalho tem um lado que poucos conseguem enxergar: a completa falta de tempo.
"Eu não tenho saído muito. Saio de casa, eu pego minha moto e já tô aqui no Projac. Não tô tendo tempo de socializar com a galera. Ultimamente, tô um pouco confuso, praticamente durmo e trabalho", diz Juan ao Notícias da TV.
O novo queridinho da Globo, que tem apenas 26 anos, dá detalhes de sua rotina de galã da novela das nove: "Acordo muito cedo, gravo, e é uma cena atrás da outra. Já chego em casa cansado pra dormir. Então o tempo que eu tenho é o tempo da novela, de assistir a novela ali com a minha família, de jantar e, no dia seguinte, acordar e trabalhar".
Pai de Analice, de nove anos, do relacionamento com a companheira, Luana Souza, que conheceu no colégio, Juan costuma tirar um dia para ficar com a família. "Eu separo os domingos para folgar um pouco. Consigo dividir o meu dia para o estudo e uma parte pra minha filha, pra minha família, pra relaxar um pouco e descansar", conta.
Protagonista de cenas quentes com Giullia Buscacio, que interpreta a decidida Sandra na história, Juan assegura que, atualmente, a mulher não se incomoda em ver o maridão aos beijos e chamegos. "No início, nos primeiros trabalhos, ela não entendia muito. Também era um lugar novo pra gente. Batia um ciúme, um desconforto, um negócio diferente, que é normal. Mas hoje, não. Hoje ela já entendeu que é só profissão e a gente não briga por isso, não", revela.
Já Analice só está se dando conta que tem um pai famoso agora. "Ela nem sabia direito, não se importa, não. Mas a galera pede, as amigas dela pedem pra eu fazer carta pra elas e tal. Aí eu vou e faço. As amigas dela vão lá em casa, às vezes ficam olhando assim... E ela fica: 'O que que é, gente?'. Ela não liga muito, não", diverte-se.
Apesar da fama, Juan continua vivendo na favela do Vidigal, na zona sul do Rio de Janeiro, onde teve a oportunidade de encontrar o caminho da arte no grupo Nós do Morro. Marcello Melo Jr, que faz o José Bento, e Renan Monteiro, seu irmão José Augusto, também foram formados por lá.
"Fico feliz porque acho que os jovens de favela negra, assim como eu, precisam desse lugar pra poder trilhar seu próprio caminho, pra se conhecer, pra ter sua própria identidade, sua personalidade. E por isso que eu vejo tudo isso que eu venho fazendo como uma responsabilidade, é mais por uma causa. É mais por um lugar pra que todos nós possamos, né, ter esse lugar ao sol, ter um lugar digno pra todos nós", discursa Juan.
No Vidigal --assim como no restante do país que gosta de novela-- o ator virou estrela. É assediado na academia que frequenta quando tem algum tempo e pela mãe, dona Jacir, que não cansa de fazer o filho dar a atenção a quem pede algum mimo.
"Minha mãe sente muito orgulho. Ela assiste à novela e pede pra eu mandar áudio pra uma galera. E o que ela pede, eu sempre atendo. Aí ela chega, às vezes, eu tô dormindo, e pede alguma coisa. 'Filho, faz um vídeo aqui pra amiga minha'. Eu faço porque ela adora essas coisas. Peço só pra ela deixar eu acordar direito", brinca o ator.
Mesmo sem ter deixado a comunidade em que mora, Juan já conseguiu realizar alguns sonhos do pais. "Onde a gente morava era mais ou menos um corredorzinho pequeno e esse lugar foi ampliado. Hoje meu pai tem uma varanda pra assistir a um jogo de futebol, por exemplo. São umas coisinhas assim pequenas, mas que pra eles faz muita diferença, sacou? Mas o que eu puder fazer pra minha família, eu vou fazer sempre", diz o filho de seu Celso.
Protagonista de duas produções ao mesmo tempo na Globo, Juan conta que esperou muito tempo para ver atores de sua cor brilhando como ele.
"Isso já era pra ter acontecido há muito tempo. Eu tive poucas referências quando criança. Minhas referências eram muito em desenho animado. Eu sentia essa sede de ver pessoas como eu na televisão fazendo papéis interessantes e fora do estereótipo do que ofereciam pra nós. 'Ah, se ele vem de favela vai ser fácil ele fazer um criminoso'. As pessoas não entendem muito, não vivem na favela e acham que a favela é só isso. Sentia pouco dessa representatividade", fala.
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