Segunda Chamada
Mauricio Fidalgo/TV Globo
Paulo Gorgulho vive um diretor de escola na série Segunda Chamada, que irá ao ar na Globo em outubro
FERNANDA LOPES
Publicado em 20/9/2019 - 5h00
Após 16 anos afastado, Paulo Gorgulho está de volta à Globo em um personagem de destaque em Segunda Chamada, série que estreia em outubro. Mas não foi fácil para ele conseguir o papel. O ator veterano de 60 anos teve de passar por testes com a diretora Joana Jabace, que, destaca Gorgulho, tem idade para ser sua filha.
"Joana tinha muita certeza e muita segurança do que ela queria, e ela me colocou isso desde sempre. Acho bacana. [Ela disse] 'Você está no mercado de novo, tem um personagem aqui, quero uma coisa específica pra ele. Você se importa de testar?'. Eu falei: 'De jeito nenhum'. E a coisa foi evoluindo, a coisa veio. Fui muito bem recebido, muito generosa e simpaticamente, de braços abertos pela Joana", conta.
O personagem que Gorgulho conquistou é Jaci, diretor da escola em que se passa a série. Segunda Chamada é ambientada numa comunidade periférica, em um curso noturno para adultos que querem terminar o ensino médio. Dramas de alunos e professores são explorados e muitas vezes se cruzam.
Jaci é casado e tem um filho, mas começa a ter um caso com Lúcia, professora interpretada por Debora Bloch. O filho dele, Léo (Leonardo Bittencourt), tem problemas na escola particular, passa a estudar no colégio do pai e descobre o adultério dele. O climão entre pai, amante e filho é rapidamente instaurado.
Esse é o primeiro papel de Gorgulho na Globo desde a novela Agora É que São Elas (2003). Ele passou 13 anos como funcionário da Record. "Hoje eu sou um cara diferente, a Globo é uma emissora diferente, a realidade do Brasil é diferente. Quando eu saí e fui pra outra emissora, eram poucas as vagas. Agora, com as plataformas de streaming, isso se pulverizou bastante, o que é bacana pra caramba", pondera.
Para se preparar para o papel, Gorgulho brinca que fez laboratório em casa. A mulher dele é diretora de uma escola na periferia de São Paulo que também tem aulas noturnas para adultos, e o próprio ator já se envolveu com projetos sociais.
"Eu me importo com essa coisa da educação há muito tempo, tenho uma tradição de trabalhos sociais. As autoras [Carla Faour e Julia Spadaccini] conversaram muito comigo, contei casos escabrosos [da escola da mulher dele]. O legal é que nenhum episódio da série é absurdamente fictício. Quase tudo que está lá já aconteceu no instituto da minha mulher na comunidade. A série é absolutamente calcada na realidade e na precariedade em que a gente vive", afirma o ator.
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