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REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Cassia Kis como Vera em Os Dias Eram Assim (2017): novela da Globo abordou a Ditadura Militar
Cassia Kis foi flagrada em manifestações a favor de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro e pediu a intervenção do Exército Brasileiro. Ao apoiar o ato inconstitucional, a atriz se esquece de tudo o que aprendeu na preparação para interpretar Vera, sua personagem na novela Os Dias Eram Assim (2017), da Globo. Na história, ela era uma bibliotecária que sofria nas mãos da polícia na época da Ditadura Militar (1964-1985).
O período ficou marcado na história do Brasil como um verdadeiro ato de terror, que matou centenas de pessoas e obrigou outras a deixar o país por causa de sua ideologia. Renato (Renato Góes), por exemplo, era filho de Cassia na história e foi obrigado a fugir para não ser morto pelos militares. A mãe escondeu o paradeiro do filho e pagou caro por isso: teve a biblioteca incendiada.
Os diálogos de Cassia com os personagens abordavam principalmente a liberdade de expressão. Seus outros dois filhos, Gustavo (Gabriel Leone) e Maria (Carla Salle), eram muito engajados politicamente graças à influência da mãe. Na época, a atriz afirmou acreditar que os temas da novela eram presentes e se revoltou com quem pedia a intervenção militar.
"Hoje nós estamos com ainda mais dificuldade. É um absurdo pensar que tem gente que desconhece esse período e tudo o que a Ditadura representou para o nosso país. Daí, vem o questionamento de para onde caminha o nosso ensino, que está esquecendo de uma memória tão recente", criticou ela em entrevista divulgada pela Globo.
Como alguém não sabe o que é AI-5 e o que tudo aquilo significou? Isso resulta em pessoas falando que querem a Ditadura de volta hoje em dia. Se alguém souber de fato o que foi esse período, nunca vai pensar em uma estupidez dessa.
Cinco anos depois, Cássia se ajoelha no asfalto das ruas do Rio de Janeiro e pede a intervenção do Exército Brasileiro para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito democraticamente para assumir a Presidência. Apoiadora de Jair Bolsonaro, ela já havia criticado o aborto, métodos contraceptivos e reprovado as relações homoafetivas.
A atriz revelou que abortou quando era mais jovem e se arrependeu do ato. Após dizer que acreditava que a humanidade estava perdida com os relacionamentos gays, as opiniões dela destilaram preconceito e causaram desconforto. Ana Lucia Torre, colega de elenco de Travessia, desaprovou publicamente o comportamento da artista.
O Notícias da TV antecipou que pelo menos 15 funcionários da Globo, incluindo atores, atrizes, diretores, produtores e roteiristas, se uniram para denunciar as ações de Cassia nos bastidores de Travessia e Desalma, série do Globoplay. Entre as denúncias, estão situações de homofobia dentro e fora do ambiente de trabalho, além de comportamento inadequado.
A Globo afirmou que irá investigar as situações relatadas. "Não comentamos questões de compliance. A Globo tem um Código de Ética, que deve ser seguido por todos os colaboradores e igualmente por todas as áreas da empresa --e em nenhuma delas é tolerada qualquer forma de discriminação. Da mesma forma, tem uma Ouvidoria pronta para receber quaisquer relatos de violação, que são apurados criteriosamente."
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