Andreas Richthofen diz que só encontraria Suzane no tribunal: 'Não vou servir chá'

Irmão de Suzane Richthofen, Andreas Richthofen quebrou seu silêncio em uma rara entrevista ao Tá na Hora, do SBT, nesta sexta-feira (19). Na conversa com um produtor do programa, o rapaz afirmou que não mantém nenhum contato com a irmã e indicou que sequer sabia que ela tinha sido solta em janeiro de 2023. Também disse que só toparia encontrá-la na Justiça. "Não vou servir chazinho pros caras, fica difícil", sentenciou.

Questionado pelo produtor do SBT, que mudou de nome e agora reside em Bragança Paulista, Andreas respondeu: "Ouvi falar. Legal, tô procurando ela pela Justiça. Nós temos ações judiciais pendentes. Eu até encontraria ela na Justiça, no fórum. Ela não tá presa? Achei que ela tava presa".

Ao escutar do produtor que Suzane está em liberdade, o irmão disse: "Ela deveria procurar, né? Deveria me procurar, porque nós temos assuntos, ela tem o dinheiro dela também, né? Tem que ver o que vai dividir aí do que sobrou". O funcionário do SBT questionou se o dinheiro não é de Andreas. "É, não, ela tem os recursos dela, aí é a Justiça que vai dizer", desconversou o irmão.

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Andreas ainda afirmou que tenta falar com Suzane há algum tempo, sem sucesso. "Então, eu tô procurando ela faz uns quatro anos já. Nós temos assuntos pendentes na Justiça. É em Bragança Paulista que ela tá morando?", rebateu o irmão da criminosa na conversa com o produtor.

Ele concluiu que não consegue imaginar ter uma convivência pacífica com a irmã --apesar de ela estar tentando reconstruir sua vida e ter retomado a faculdade de Direito-- nem com Daniel Cravinhos, que escreveu uma carta na qual pediu perdão pelo que fez: "Então, não vou servir chazinho pros caras, fica difícil... Marretam a cabeça do seu pai, e você vai dançar ciranda com o sujeito depois?", provocou o rapaz.

Isolado da sociedade, Andreas afirmou que não pretende dar uma entrevista completa tão cedo. "[Talvez] no futuro, cara. Mas daqui a alguns anos. Daqui a uns 5 anos. Se eu estiver vivo, daqui a uns 10 anos."

Milionário e ermitão

Andreas herdou dos pais bens e imóveis avaliados em R$ 10 milhões. Ele não fez questão, no entanto, de administrar bem o patrimônio. Vive isolado num sítio, deixou de pagar impostos como o IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) e ainda perdeu parte dos imóveis para falsos sem-teto --pessoas que se apossaram de casas e mansões.

Atualmente com 36 anos, Andreas Richthofen mora num sítio em São Roque, no interior de São Paulo, e vive sem internet, celular ou qualquer objeto que lhe proporcione comunicação com o mundo externo. 

Segundo o colunista Ullisses Campbell, do jornal O Globo, o irmão de Suzane acumulou dívidas que chegam a R$ 500 mil, mas a Justiça não consegue notificá-lo por conta do difícil acesso à região em que ele está. Os imóveis serão levados a leilão caso Andreas se recuse a pagar os débitos.

Duas casas herdadas pelo bioquímico e farmacêutico foram invadidas por falsos sem-teto, indivíduos que entram nas residências sem arrombá-las, reformam os locais e passam a viver neles pacificamente, até que os donos reivindiquem a posse.

Uma dessas casas é uma mansão de 300 metros quadrados, em São Paulo, que está avaliada em R$ 1 milhão. Nos últimos anos, Andreas Richtofen colocou-a à venda, mas recusou todas as propostas de compra. Este imóvel já acumula R$ 48 mil de dívida de IPTU.

Apesar da má administração da herança milionária, Andreas Richthofen não pretende se desfazer de tudo o que tem. Pessoas próximas afirmaram ao colunista que o maior medo dele é que Suzane tenha acesso aos bens. Como ele não é casado nem tem filhos, a irmã seria sua única herdeira.

Andreas e Suzane Richtofen não se veem há 20 anos. O bioquímico se isolou em São Roque depois que a irmã passou a cumprir o restante da pena em liberdade, em janeiro de 2023. Amigos dizem que ele sente "um misto de medo e amor" por ela.

A herança de Manfred e Marísia Richthofen foi alvo de disputa judicial em 2002, ano do crime. Na época, Suzane havia feito uma lista com os bens, já que planejava ficar com tudo. Andreas só foi ter acesso ao espólio em 2006, quatro anos depois do crime. Ele herdou tudo, enquanto a irmã foi condenada à prisão por ter arquitetado o assassinato dos pais.