Alec Baldwin é processado por família de diretora morta no set de Rust

A família da diretora de fotografia Halyna Hutchins (1979-2021), morta após um tiro fatal no set do filme Rust, entrou oficialmente com uma ação por homicídio culposo contra Alec Baldwin, autor do disparo acidental que tirou a vida da vítima. O processo foi aberto nesta terça-feira (15) pela equipe jurídica dos parentes da profissional.

Além do astro, os produtores executivos e membros da equipe do longa foram considerados réus no caso e tiveram seus nomes incluídos no processo aberto pela família de Halyna. A armeira Hannah Gutierrez Reed e o assistente de direção David Halls, citados como possíveis responsáveis pela tragédia, estão na lista.

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"Halyna Hutchins merecia viver, e os réus tinham o poder de impedir sua morte se tivessem mantido seu dever sacrossanto de proteger a segurança de cada indivíduo em um set onde as armas de fogo estavam presentes", diz o texto protocolado em um tribunal dos Estados Unidos.

Em vez disso, eles [produtores] cortaram os custos nos procedimentos de segurança no qual vidas humanas estavam em jogo, correndo para cumprir o cronograma e ignorando inúmeras queixas de violações de segurança. Este processo busca justiça pelas perdas de seus sobreviventes e responsabilizar aqueles que causaram sua trágica morte.

Baldwin e outros membros da produção foram processados, ​​em parte, por "comportamento imprudente e corte de custos que levaram à morte trágica e sem sentido de Halyna Hutchins", disse o advogado principal Brian Parish, em entrevista de imprensa. A equipe liderada pelo porta-voz descarta a hipótese de sabotagem como motivo do acidente.

Para justificar o argumento e pela inexistência de filmagens reais do disparo, os advogados exibiram para a imprensa uma simulação em um vídeo animado retratando a sequência de eventos que testemunhas dizem ter ocorrido no set de Rust, em outubro do ano passado. No final do vídeo, um narrador diz que Baldwin e os produtores "desrespeitaram pelo menos 15 protocolos da indústria de segurança no set".

Apesar da abertura do processo, as autoridades de Santa Fé, responsáveis pela investigação do caso, ainda não acusaram ninguém de ser o culpado pela morte da diretora. A equipe de Parish também não informou o valor exato que busca no julgamento contra Baldwin e os produtores de Rust.

Ciente do processo, a equipe jurídica do ator alegou serem falsas as acusações de homicídio culposo e violações dos padrões de segurança no set do filme. Em texto enviado a jornalistas, Baldwin afirma que continuará colaborando com as investigações para esclarecer o caso.

"Os corações e pensamentos de todos permanecem com a família de Halyna enquanto eles continuam a processar esta tragédia indescritível. Continuaremos a cooperar com as autoridades para determinar como a munição real chegou ao set de Rust em primeiro lugar", disse a defesa de Baldwin.

"Ele [Baldwin], Halyna e o resto da equipe confiaram na declaração dos dois profissionais responsáveis ​​​​pela verificação de que era uma arma fria --o que significa que não há possibilidade de disparo. Este protocolo funcionou em milhares de filmes e nunca houve um incidente em um set em que uma bala real machucou alguém. Os atores devem poder confiar em armeiros e profissionais do departamento de adereços, bem como diretores assistentes, em vez de decidir por conta própria quando uma arma é segura para uso.

Halyna morreu em 21 de outubro após ser atingida por um tiro nos bastidores das filmagens de Rust. Sem saber que a arma estava carregada com balas de verdade, Baldwin disparou contra a profissional e feriu o diretor da produção, Joel Souza.