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PARKINSON

De tremores a lentidão: Entenda doença que assustou Renata Capucci

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Foto de Renata Capucci; ela está de roupa branca nos bastidores do Fantástico, da Globo

Renata Capucci nos bastidores do Fantástico; a jornalista foi diagnosticada com Parkinson

GABRIELA RODRIGUES

gaby@noticiasdatv.com

Publicado em 30/6/2022 - 6h25

Nesta semana, Renata Capucci revelou ter sido diagnosticada com Parkinson. A doença que assustou a jornalista da Globo em um primeiro momento pode ser detectada com o surgimento de tremores em lugares específicos do corpo e lentidão nos movimentos. "Um caminhar magnético, com os pés quase arrastando no chão", explica o neurocirurgião Fernando Gomes.

Em entrevista ao Notícias da TV, o especialista explica como o Parkinson age no corpo humano. "É uma doença neurodegenerativa, um distúrbio do sistema nervoso central, que afeta os movimentos, muitas vezes incluindo tremores. É caracterizada por danos as células nervosas do cérebro, o que faz com que os níveis de dopamina caiam, causando sintomas característicos".

Apesar de Renata ter começado a perceber os primeiros sinais da doença em 2018, quando tinha 45 anos, Gomes destaca que a enfermidade costuma surgir em idades mais avançadas.

"O próprio envelhecimento, principalmente depois dos 60 anos, é um fator de risco. Existe também uma relação com gênero, as chances aumentam em 50% em pessoas do sexo masculino. Existe relação com a genética, com fatores hormonais, e se a pessoa tem familiares com a doença", detalha.

Os sintomas típicos consistem no aumento gradual dos tremores, principalmente no tremor de repouso, que ocorre quando nenhum movimento está sendo executado. Os tremores, geralmente, afetam os dedos, as mãos, mas podem afetar a face, principalmente as regiões do queixo e cabeça e até mesmo os pés. Além disso, existe uma maior lentidão de movimentos, um caminhar magnético, com os pés quase arrastando no chão.

"Um dos primeiros sintomas percebidos pelos familiares dos pacientes é que eles demoram mais tempo para realizar atividades que faziam antes com facilidade, como, por exemplo, tomar banho, se trocar, cozinhar e escrever. O tamanho da letra tende a ficar cada vez menor", continua.

rEPRODuÇÃO/CNN BRASIL

Médico Fernando Gomes na CNN Brasil

Doutor Fernando Gomes na CNN Brasil

Prevenção e perigos

O especialista, que comanda o quadro Correspondente Médico na CNN Brasil e ficou famoso como comentarista do Encontro com Fátima Bernardes, reforça que o Parkinson não avisa quando vai chegar, portanto, não é possível tomar atitudes que, de fato, ajam de forma preventiva, mas, é possível adotar boas práticas:

Não existe uma forma específica de prevenir o Parkinson. Nós sabemos que ter um estilo de vida saudável, com alimentação regrada e exercícios físicos regulares podem ajudar a criar um ambiente de poupança de saúde, com controle da pressão arterial e controle dos riscos da diabete.

Mesmo assim, é importante estar atento aos fatores que podem contribuir para o surgimento da doença. "Fatores externos, como traumas, podem influenciar. Chamo a atenção para o trauma esportivo, como, por exemplo, cabecear a bola durante um jogo ou mesmo o boxe, que tem impacto direto no crânio. Alguns produtos químicos, como herbicidas e pesticidas, e também o relacionamento com metais pesados e solventes, que podem provocar alterações no circuito neurais típicos da doença de Parkinson", explica Gomes.

Doença sem cura

O Parkinson não tem cura, mas precisa ser diagnosticado para que o melhor tratamento seja aplicado ao paciente.

O diagnóstico é feito com base na história do paciente e exame neurológico. É lógico que tem exames de imagem, como ressonância e ultrassonografia, que podem ajudar e corroborar com o processo do diagnóstico, mas, basicamente, é o quadro clínico e o exame neurológico que vai levar ao diagnóstico.

"É possível ter uma boa qualidade de vida com acompanhamento médico, com ajuda da neurologia, com a neurocirurgia em alguns casos e seguir todas as terapias recomendadas para que o tratamento seja bem sucedido com a redução máxima dos sintomas, utilizando os medicamentos dopaminergicos".

O especialista diz que a dopamina, um neurotransmissor associado à sensação de bem-estar e à memória, é fundamental no tratamento da doença. "Os pacientes com doença de Parkinson precisam desse tipo de medicamento porque os níveis reduzidos ou a falta de dopamina no cérebro podem provocar essas alterações [sintomas]", finaliza.

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