RENAN DE SOUZA
REPRODUÇÃO/CNN BRASIL
Renan de Souza na CNN Brasil; jornalista foi eleito um dos 100 afro-descendentes mais influentes do mundo
Reconhecido pela ONU (Organização das Nações Unidas) como um dos 100 afrodescendentes mais influentes do mundo, Renan de Souza conta ao que busca inspirar jovens negros e de outras minorias. Com uma carreira focada em relações internacionais, o jornalista da CNN Brasil entrou na lista junto a celebridades como Iza e Léo Santana.
"A gente precisa inspirar as pessoas, vivemos num país que tem a maioria de pessoas afrodescendentes, mas, quando a gente olha para cargos políticos, para a televisão, para o cinema, para novelas... Quando a gente olha para diversos setores, ela não é proporcional à população do Brasil", explica Souza sobre a falta de representatividade negra na mídia.
Todos os anos, a ONU premia as 100 pessoas negras mais influentes no mundo por seu trabalho nas mais diversas áreas. Surpreso com o reconhecimento que já foi entregue ao ex-presidente Barack Obama, ao automobilista Lewis Hamilton e à cantora Beyoncé, o jornalista chegou a questionar a organização, pensando que poderia ter sido um engano o seu nome figurar nessa lista.
"Até que o CEO da organização me respondeu que o reconhecimento não era o final [de alguma realização], mas, sim, o de mostrar que eu estou no caminho certo. Foi importante essa avaliação dele, de que não importa o que se está fazendo, o que importa é que você está fazendo algo certo e está sendo notado", relembra o apresentador da CNN.
Em 2020, dez brasileiros entraram na lista. Além de Souza, Iza e Santana, foram nomeados o senador Paulo Paim; a deputada pelo Estado de São Paulo Erica Malunguinho, primeira transgênero da lista; Alan Soares, um dos fundadores do Movimento Black Money; a diretora do Twitter Next Samantha Almeida; as irmãs Brenda e Betty Agi, fundadoras da ONG Compaixão Internacional; e a bailarina Ingrid Silva.
"As pessoas precisam ver outras pessoas negras em posições de destaque para que elas possam se sentir representadas, para que elas possam saber que elas podem chegar nesse patamar também. A nossa missão na Terra nesse tempo que a gente passa aqui é inspirar a próxima geração", completa o o jornalista da editoria Internacional do canal de notícias lançado no Brasil em março deste ano.
Formado em Jornalismo, pós-graduado e mestre em Relações Internacionais, Souza acredita em um futuro com mais líderes negros que poderão ajudar a formar uma sociedade mais justa, principalmente sobre os espaços ocupados majoritariamente ocupado por brancos.
"Temos que pensar numa próxima geração de pessoas que vão mudar o mundo, pensar à frente de seu tempo, que trabalharão pelo desenvolvimento econômico, social, científico, tecnológico. Então, a gente precisa inspirar essas pessoas para que elas cheguem a esses espaços", avalia.
"Eu sempre fui muito inspirado pelo Barack Obama, que diz ter sido inspirado pelo Nelson Mandela e pelos líderes que lutaram pelo direito civil dos negros nos Estados Unidos. Então, você vê que é cíclico, né? Você vai inspirando outras pessoas e vai formando outras gerações a lutarem por outras causas e para se desenvolverem como sociedade, para que juntos a gente consiga vencer qualquer tipo de obstáculo", afirma o premiado pela ONU.
"Por isso, a representatividade importa tanto, para termos cada vez mais pessoas negras em vários cargos e em vários setores. Eu falo isso de pessoas negras, mas essa agenda precisa ser estendida para os LGBTQ+, para as mulheres. Ela precisa ser estendida para todos os grupos considerados minorias que estão sub-representados", ressalta.
"A gente não sabe se a cura de uma doença grave será descoberta por uma pessoa de minoria, então é uma luta diária, a gente precisa fazer esse trabalho de formiguinha todo dia, para lugar por esse acesso que reforce a representatividade", completa Renan.
Ex-editor de Internacional no Jornalismo do SBT, Souza deixou a emissora de Silvio Santos após ser contemplado com uma bolsa Chevening, cedida pelo governo do Reino Unido, onde realizou seu mestrado e morou por dois anos.
Ao voltar para o Brasil, ele foi contratado pela CNN Brasil. Atualmente, ele faz entradas no Jornal da CNN, no Agora CNN, entre outros telejornais.
"Acho que todo mundo que já gostou de Jornalismo de TV sempre teve a CNN como uma referência de Jornalismo sério, comprometido com fatos. Para a minha área, de relações internacionais, é um sonho trabalhar nesse canal, poder levar meu conhecimento todo dia a milhões de pessoas todos os dias", analisa o editor, que espera um dia se tornar correspondente do canal de notícias fora do Brasil.
Após visitar mais de 50 países e aprender a falar cinco idiomas diferentes, Souza atribui sua paixão pelo mundo a seus pais, que sempre o incentivaram a buscar conhecimento.
"Como eles trabalhavam muito, eu estudava em uma escola de período integral onde eu fui alfabetizado em inglês e português ao mesmo tempo. Eu lembro que desde pequeno me despertou esse interesse pelo mundo, por entender o que acontecia, já era apaixonado por mapas", finaliza.
© 2024 Notícias da TV | Proibida a reprodução
Mais lidas
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.