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SEGUNDA TEMPORADA

Diretora de Os Outros afasta atores para volta de Marcinho: 'Quase 2 anos apartado'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Marcinho (Antonio Haddad) na cena que encerra a primeira temporada da série Os Outros

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MÁRCIA PEREIRA, colunista

marcia@noticiadastv.com

Publicado em 25/7/2024 - 21h00

O que acontece com Marcinho (Antonio Haddad) em Os Outros é o principal mistério deixado pela primeira temporada da série, que exibe seu último episódio nesta quinta (25) na Globo. A partir do próximo dia 15, os assinantes do Globoplay vão ver o reencontro dele com a mãe, Cibele (Adriana Esteves), após uma passagem de quase dois anos na história. Para que a cena ficasse realista e comovente, a diretora Luisa Lima não permitiu que os atores fizessem preparação juntos.

"Na parceria de Tel Lenna, preparador de elenco que vem trabalhando comigo desde Onde Está Meu Coração [2021], decidimos com Adriana Esteves que ela estaria mais afastada dos ensaios, não quisemos antecipar o encontro de Cibele e Marcinho na sala de preparação, acreditamos que esse afastamento ia espelhar o que aconteceria na filmagem das cenas. Por outro lado, foi importante trabalhar muito com Antonio Haddad", conta a diretora.

Ela revela que o ator tinha 16 anos quando fez a primeira temporada e chegou às gravações da segunda com 18 --assim como Marcinho na trama. Nessa faixa etária, dois anos geram muitas transformações.

"Além dessa transição de adolescente para a vida adulta que o próprio Antonio atravessava, tivemos que dar lastro para a dimensão de que Marcinho viveu quase dois anos apartado da família, exposto a perigos", revela Luisa.

O maior desafio dela era trazer essas marcas internas e externas ao personagem na segunda temporada. O público verá um embrutecimento no filho de Cibele e namorado de Lorraine (Gi Fernandes).

"Os silêncios, a contenção e a explosão, a relação controversa que se dá entre ele e Sérgio [Eduardo Sterblitch]... Foram grandes desafios, e a resposta do Antonio é brilhante, comovente."

Marcinho engravida Lorraine, quase é morto pelo pai dela, Sérgio, e desaparece no final da primeira temporada. Uma única cena mostra que ele continua vivo --ele aparece como na foto principal deste texto, em um local público, sozinho e com cara de assombrado. 

manoella Mello/tv globo

A diretora Luisa Lima e o autor Lucas Paraizo

Trabalho visceral

Com 20 anos de carreira na Globo, Luisa Lima fez um trabalho minucioso na preparação dos atores na primeira temporada de Os Outros. Para o elenco jovem, ela inclusive promoveu uma oficina para integrar todos e deixá-los afiados para a carga dramática que eles encarariam.

A temporada que está chegando ao fim agora na TV aberta já havia impactado e repercutido bem no ano passado, quando foi lançada no streaming. A produção venceu as categorias de melhor série no Prêmio APCA (Associação de Críticos Paulistas) e série do ano no Domingão com Huck em 2023.

"É a minha primeira vez numa série com mais de uma temporada. Me dediquei a elaborar a medida entre o que segue a natureza da obra e o que avança em temas e linguagem. Como transformar e continuar a mesma série? Busquei não perder o frescor e a liberdade, porque vem uma compreensão ainda maior dos desafios e do pacto com o público. Vimos que a nossa história e a forma de contá-la afetou, emocionou e despertou paixões nas pessoas", diz Luisa.

Dar continuidade a um produto de sucesso também é uma responsabilidade enorme, porque o medo de decepcionar os espectadores mexe com a cabeça de todos os envolvidos. Para a diretora, Os Outros tem por trás da história uma parceria vigorosa, de provocação, acolhimento e muita identificação entre ela e o roteirista Lucas Paraizo. 

"Os Outros é uma oportunidade de nos posicionarmos no mundo em que vivemos, de falar da sociedade, dos nossos medos, de aprofundar as nossas contradições, investigar o tempo, a linguagem audiovisual, sempre com o desejo de encontrar algo que ainda não sabemos. Sempre que vamos chegando ao final da realização, vemos um corpo novo nascer com muito do que empreendemos", destaca.

Luisa comenta que aprende muito com o que faz, ressignificando a própria vida em relação à família, filhos, amores e o mundo. "Os Outros somos nós, e estamos incluídos em tudo o que falamos. Seja pelo que tememos, pelo que assumimos, pelo que evitamos, os outros fala muito da gente, colocamos a vida e nosso coração para jogo. É um trabalho visceral", conclui a diretora.

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