Autor de Malhação reclama de final destruído por coronavírus: 'Dificuldade de aceitar'

Emanuel Jacobina confessa que sofreu para colocar um ponto-final em Malhação: Toda Forma de Amar. A Globo antecipou o final da temporada em cerca de um mês como medida de segurança diante da pandemia de coronavírus (Covid-19) no Brasil. "A direção da emissora estava coberta de razão de encerrar as gravações quanto antes. Mas confesso que tive dificuldade de aceitar isso", explica o autor em comunicado enviado à imprensa.

O roteirista revela que a direção da emissora solicitou que ele resumisse os principais acontecimentos das últimas semanas para que Alanis Guillen (Rita) e Pedro Novaes (Filipe) rodassem as sequências decisivas o mais rápido possível.

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Os dois vão aparecer em cenas em que o casal acerta as contas e explica ao público o que aconteceu com o resto dos personagens, sem direito a um último beijo de despedida.

"Eu fiz isso da melhor maneira possível no pouco tempo disponível. Levei o assunto do coronavírus para dentro da trama. Eles andam pela cidade cenográfica completamente deserta e conversam abertamente sobre o efeito da pandemia", considera.

Apesar dos percalços, o escritor faz um balanço positivo em relação à história. "O mais interessante foi decidir experimentar uma abordagem mais adulta, ou melhor, uma abordagem sobre a vida de jovens mais velhos do que habitualmente faço em Malhação", afirma Jacobina.

Em vez dos tradicionais dilemas adolescentes, Rita se desdobrou entre o trabalho e os estudos, além de enfrentar uma batalha judicial contra Lígia (Paloma Duarte) pela guarda da filha Nina.

"Acho que agradou bastante ao público com uma abordagem séria a temas universais, como a adoção, a violência urbana, o perigo que a milícia representa para todos nós, o racismo e as dificuldades que os pais têm de entender e tolerar a homossexualidade", pondera o titular.