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KLAUS

Rodrigo Santoro estreia na Netflix com animação fofa que esconde segredo

Beatrice Aguirre Zúñiga/Half Circle LLC

O brasileiro Rodrigo Santoro em cena do filme Os 33

O brasileiro Rodrigo Santoro em cena do filme Os 33: agora, ele dubla herói natalino na Netflix

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 10/11/2019 - 5h56

Ator de Westworld, Rodrigo Santoro "virou a casaca" e fará sua estreia na Netflix como o protagonista de Klaus, uma fofa animação natalina que estreia na plataforma de streaming na próxima sexta-feira (15). O novo projeto, assim como o drama da HBO, esconde segredos para o público que busca mais do que uma mera diversão.

"É quase um Cavalo de Troia às avessas", define Santoro. "Você começa a ver como uma coisa engraçada, fofinha, e depois o filme revela que tem muito mais por trás daquilo. A criança vai rir, vai parar na primeira análise. Mas, de repente, o pai pode terminar de ver tocado. E que bom, é para isso que a gente trabalha. Para entreter, mas também para provocar reflexões", filosofa o ator de 44 anos.

No longa dirigido pelo espanhol Sergio Pablos (que tem passagem pela Disney e criou a franquia Meu Malvado Favorito), Santoro empresta sua voz a Jesper, um riquinho mimado que nunca quis fazer nada da vida. Sem saber o que fazer com o filho, seu pai o despacha para ser carteiro na pequena cidade de Smeerensburg, uma ilha no Ártico que serve de moradia para duas famílias que vivem em guerra.

A missão de Jesper é convencer os moradores a enviarem 6 mil cartas em um intervalo de ano --uma tarefa difícil, já que as pessoas da cidade sequer trocam palavras, que dirá mensagens escritas. Tudo muda quando ele conhece Klaus (Daniel Boaventura), um velho antissocial que fabrica brinquedos de madeira em sua oficina.

Com muito senso de humor, a história cria justificativas para alguns dos mitos que envolvem a figura do Papai Noel, como o trenó com renas voadoras, o motivo de ele entrar nas casas pelas chaminés e por que crianças que não se comportam durante o ano ganham um pedaço de carvão no lugar dos brinquedos que desejam.

"É uma história que já foi contada várias vezes", admite Santoro. "Mas nunca dessa maneira, com esse olhar, essa linguagem... Tem um senso de humor, um ritmo que é delicioso. E visualmente é muito bonito também, tem um traço artesanal, meio nostálgico, poético, muito diferente da animação feita em computador que a gente está acostumado a ver. A imagem fala tanto quanto a narrativa."

divulgação/netflix

O carteiro Jesper ganha a voz de Rodrigo Santoro na dublagem brasileira de Klaus, da Netflix

Rodrigo não é novato nas dublagens: ele fez o ratinho Stuart Little em 1999 e 2002 e também o especialista em pássaros Túlio nos dois filmes da franquia Rio (2011 e 2014). Mesmo assim, confessa que sofreu para incorporar Jesper.

"Acho que ele toma muito café expresso todas as manhãs (risos). Ele fala muito rápido. Mas muito rápido mesmo! O cara é ligado na tomada! Eu suei muito para fazer, e tive pouco tempo. Tinham me pedido para fazer em quatro dias, mas eu estava no meio de outro trabalho, então tive que fazer tudo em um fim de semana. Eram muitas horas, eu tive um desgaste físico de verdade", lembra ele.

Tanto esforço deu resultado. "Já escutei dos produtores americanos que a dublagem brasileira é a melhor versão. E ele foi traduzido para vários países, então é um grande elogio", valoriza ele, que se considera um perfeccionista e fez questão de ouvir cada cena várias vezes para corrigir qualquer coisa que não estivesse de seu agrado. "Às vezes, era algo cirúrgico. O take até funcionava, mas não tinha alma, sabe?"

Pai de Nina, de dois anos, fruto de seu relacionamento com a atriz e apresentadora Mel Fronckowiak, Santoro defende que Klaus é uma animação que funciona tanto para sua pequena herdeira quanto para pais como ele, e ainda para pessoas que não têm filhos mas buscam entretenimento ou querem refletir sobre o mundo.

"São camadas de percepção diferentes. Minha filha não vai perceber coisas mais profundas, que eu vou captar, mas vai se divertir de todo jeito. Um adulto vai pegar outras coisas. Essa é uma grande sacada, não são muitos filmes que fazem isso tão bem. Porque animação é normalmente considerada uma coisa mais leve, mas essa fala com inteligência de questões fundamentais e absolutamente urgentes", alerta.

Santoro acredita, por exemplo, que as famílias em guerra de Smeerensburg podem ser encaradas como uma metáfora à sociedade polarizada em que vivemos. "Não só no Brasil, mas no mundo todo", ressalta. "Também fala de um lugar em que ninguém se comunica, cada um está fechado no seu mundinho. Está tudo ali, você pode perceber ou não. Mas, de todo jeito, vai se divertir muito", conclui ele, que também estará na série Reprisal, do serviço Hulu --sem previsão de estreia no Brasil.

Confira bastidores de Santoro na dublagem de Klaus, primeiro longa de animação original da Netflix, que chega à plataforma de streaming nesta sexta-feira:


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