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IRRITADA

Ludmilla é acusada de intolerância religiosa após apresentação no Coachella

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Ludmilla em apresentação no Coachella; imagem do telão fez fãs questionarem intolerância

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REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 22/4/2024 - 9h10

Ludmilla foi acusada de intolerância religiosa por conta de uma imagem exibida no telão de seu show no Coachella no domingo (21). A brasileira se apresentou no festival norte-americano pelo segundo fim de semana seguido, e uma frase que apareceu no cenário fez com que a artista se tornasse alvo de críticas. "Só Jesus expulsa o Tranca Rua das pessoas", dizia um grafite em determinado momento da performance.

Tranca Rua é uma expressão que diz respeito a um agrupamento de entidades espirituais de religiões de matriz africana, como a Umbanda e Quimbanda. A artista usou o X, o antigo Twitter, para se defender das queixas dos internautas e explicar a real proposta por trás da imagem.

De acordo com a cantora, a frase foi tirada de contexto e a ideia era mostrar para o mundo as favelas sem filtro. "Quando eu disse que vocês teriam que se esforçar pra falar mal de mim, eu não achei que iriam tão longe", começou a carioca.

"Hoje tiraram do contexto uma das imagens do vídeo do telão do show em Rainha da Favela, que traz diversos registros de espaços e realidades a qual eu cresci e vivi por muitos anos, querendo reescrever o significado dele, e me colocando em uma posição que é completamente contrária à minha", alegou a artista.

Rainha da Favela apresenta a minha favela, uma favela real, nua e crua, onde cresci mas infelizmente se vive muitas mazelas: genocídio preto, violência policial, miséria, intolerância religiosa e tantas outras vivências de uma gente que supera obstáculos, que vive em adversidades, mas que não desiste.

De acordo com Ludmilla, mostrar a realidade da favela às vezes passa por conviver em um ambiente hostil, com dificuldades em cada esquina.

"Meu show começa com uma mensagem muito explícita , que não deixa dúvida sobre nada! Na sequência eu apresento a realidade sobre a qual esse discurso precisa prevalecer! Sobre uma favela sem filtros, sem gourmetizações, sem representações caricatas, uma denúncia sobre o real", esbravejou.

"Estou aqui pelo que é real e não essa versão vitrine importada para gringo achar que esse é um espaço que se reduz a funk, bunda e cerveja!", reclamou a cantora. "Termino meu show com o céu tomado de pipas douradas, que representam a esperança que eu quero plantar no coração de todos que lidam com essa realidade!", acrescentou.

"Esse vídeo foi feito por uma fotógrafa/videomaker negra e periférica, para que tivesse um olhar de dentro para fora! Não me coloquem nesse lugar, vocês sabem quem eu sou e de onde eu vim. Não tentem limitar para onde eu vou", comentou a artista.

Ludmilla finalizou o discurso reforçando que mantém o respeito pelas pessoas, sem levar em conta religião, raça ou gênero. "Respeito todas as pessoas como elas são, e independentemente de qualquer fé, raça, gênero, sexualidade ou qualquer particularidade de que façam elas únicas", concluiu.

Reação do público

Os internautas não aceitaram bem a defesa da cantora com relação à imagem que apareceu em seu telão. No X, seguidores de Ludmilla questionaram a aceitação da frase e alegaram que ela poderia ter sido cortada do vídeo.

"Intolerância religiosa é um pilar que afeta muita gente, principalmente nas comunidades, e você reforçar esse viés num espaço de visibilidade internacional não foi legal. Associar entidades de matriz africana ao mal foi feio e desrespeitoso", reclamou um internauta identificado apenas como Dayvison.

"Qual é o contexto onde essa frase é aceitável?", questionou Cecília Olliveira. "Não importa qual seja a justificativa, preconceito é inaceitável. Em vez disso, você deveria reconhecer o erro e se desculpar", afirmou Afonso Osenos.

"Sua intenção é de fácil compreensão, mas na prática não é bem assim, né? Não é sobre gourmetizar, é sobre 'de que forma criticar, de que forma expor'. O que faz alguém pensar que aquele trecho é uma crítica à intolerância religiosa e não um apoio? Nada", explicou Bruno Di Maio.

"Fica nas entrelinhas, no subjetivo. Não é sobre criticar o teu momento tão especial, é sobre um deslize que poderia ter sido evitado, independentemente do palco em que estivesse. No mais, parabéns pela conquista pra música brasileira", acrescentou ele.

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