Silvio Santos: Como é o sétimo dia para os judeus após a morte?

A morte do apresentador Silvio Santos (1930-2024) completa uma semana neste sábado (24). Diferentemente do ritual católico da missa de Sétimo Dia, os judeus não realizam qualquer tipo de cerimônia neste dia específico, pois destinam os sete dias completos para o luto. 

Ao Notícias da TV, Claudio Lottenberg, presidente da CONIB (Confederação Israelita do Brasil), explica que "os judeus rezam na semana do luto todos os dias."

À reportagem, a Comunicação da Chevra Kadisha - Associação Cemitério Israelita de São Paulo reforça a fala de Lottenberg. "No judaísmo, a família aguarda o luto total na primeira semana, período da Shivá [luto, em hebraico]. A família ora, fica voltada para a memória do falecido, tentando se restabelecer através da leitura de salmos".

"Essas rezas são feitas em sinagogas ou na casa de algum familiar próximo, com a presença de um rabino, familiares e amigos. No judaísmo tem isso de, nesses momentos difíceis, existir esse apoio", completa a associação. 

Por que Silvio Santos não teve velório? 

Após a morte do apresentador, a família Abravanel anunciou que ele seria sepultado em um cemitério israelita. Apesar de a tradição religiosa permitir o velório, desde que o caixão esteja fechado, a família optou por não fazê-lo. O enterro aconteceu de forma discreta e longe das câmeras. 

Segundo a Chevra Kadisha, para os judeus, "a exibição do morto em um caixão aberto é considerada pela tradição como uma desonra e um desrespeito ao falecido; embora a intenção desta prática seja honrosa, ela é rejeitada pelos valores judaico". 

Além disso, deve-se acender duas velas no castiçal e mantê-las acesas no local onde está o corpo, até que o caixão seja retirado daquele espaço. "As pessoas devem ler salmos em intenção à alma do falecido, mencionar as virtudes e as boas obras dele e manter no ambiente um clima de circunspecção e sobriedade", explica a associação.