Entenda por que Nick Cruz, do Estrela da Casa, usa fitas no peito

O cantor Nick Cruz, participante do Estrela da Casa, revelou ser um homem trans. Por ainda não ter passado pela cirurgia de adenomastectomia, em que há a remoção da glândula mamária, ele utilizar fitas no peito. Antes de ser confinado, ele chegou a abrir uma vaquinha para arrecadar dinheiro para o procedimento, que custa de R$ 15 mil a R$ 30 mil.

Ao Notícias da TV, o cirurgião plástico Wendell Uguetto, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, explica de forma mais detalhada sobre a função das faixas utilizadas pelo músico. 

"Essa é uma faixa para comprimir a região das mamas para diminuir e deixar reto, de modo que o volume das mamas não apareça nem com roupas e nem quando ele estiver sem camisa. Quando se faz a transição, uma boa parte do tecido mamário atrofia, mas ainda tem uma parte", diz. 

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O especialista ainda dá detalhes do procedimento que vai dar mais conforto e liberdade para Nick. Antes de entrar no programa, o artista chegou a fazer uma vaquinha para arrecadar o dinheiro para o procedimento, mas não conseguiu o valor completo. 

A cirurgia para redesignação dessa parte da mama, da transformação do sexo feminino para o masculino, é uma cirurgia de adenomastectomia. Ou seja, você retira toda glândula mamária e, em determinados casos, também retira a pele para que o tórax fique reto. 

"É um procedimento tranquilo que é possível fazer em uma hora e meia, duas horas. A gente pede para o paciente ficar ausente de atividade física por dois meses e evitar dirigir por três semanas. Normalmente é colocado um dreno para drenar as secreções por, pelo menos, uma semana, e o paciente usa um colete ou uma faixa compressiva por dois meses", acrescenta o cirurgião. 

Representatividade

No primeiro episódio do Estrela da Casa, Nick falou para seus colegas de confinamento que é um homem trans. "Meu nome de registro é Nicole, sou um cara trans. Eu não retifiquei meu nome e nem vou. Só coloquei meu nome social de Nicolas porque é muito constrangimento".

"Eu faço terapia hormonal há seis anos. É uma baita experiência. Eu já vivi como uma mulher cis na sociedade e, hoje, só sou um cara. As pessoas não falam que eu sou um homem trans", continuou ele.

"A gente está aqui para representar milhares de pessoas. É importante que o Brasil saiba que existem homens trans e que eles podem ser artistas e ocupar esses espaços importantes", completou.