Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
X
Instagram
Youtube
TikTok

CRIME DIGITAL

Sem resgate, hackers vazam gastos da Record e documentos de Ana Hickmann

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Ana Hickmann em uma foto no estúdio do Hoje em Dia com batom vermelho e vestido rosa

Ana Hickmann no Hoje em Dia: hackers da Record vazaram documentos pessoais da apresentadora

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 17/10/2022 - 13h35

Os hackers que invadiram o sistema de transmissão da Record cumpriram a ameaça. Na manhã desta segunda (17), o grupo começou a divulgar informações sigilosas da empresa de Edir Macedo. Entre elas, estão uma planilha com projeções de faturamento da emissora para 2022 e documentos pessoais dos apresentadores.

A principal vítima foi Ana Hickmann, que teve o seu passaporte pessoal divulgado pelos criminosos virtuais. O Notícias da TV teve acesso à lista do que foi vazado pelos autores.

Também foram parar na rede processos trabalhistas que estavam em segredo judicial e e-mails trocados com dúvidas sobre dedução de impostos por parte do Governo Federal. Ao todo, foram oito arquivos confidenciais publicados na internet.

Os vazamentos começaram pela falta de pagamento por parte da Record do valor de resgate do seu sistema interno. Os hackers cobraram uma quantia inicial de R$ 45 milhões. Dias depois, reduziram e pediram pelo menos R$ 25 milhões. A emissora, porém, não fez qualquer pagamento.

Pela primeira vez desde o ataque hacker, o grupo se identificou publicamente. Trata-se do ALPHV/BlackCat, que desenvolveram um dos ransomwares (quando criminosos digitais conseguem se infiltrar no sistema e bloquear o acesso ao acervo e conteúdo digital) mais sofisticados do mundo. Nos próximos dias, o grupo promete vazar mais documentos.

O pagamento do resgate nesses casos costuma ser feito por Bitcoin ou Monero, moedas digitais que não deixam rastros para que se identifique seu destino final nas investigações que já são feitas. Por Bitcoin, a Record pagaria 15% a mais que a Monero, o que inflaciona o valor exigido para a liberação.

Desde a semana passada, a área de TI (Tecnologia da Informação) da Record trabalha com reforço de profissionais para contornar ao máximo o problema e presta informações ao Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), órgão da Polícia Civil de São Paulo, que já investiga o caso. Oficialmente, a emissora não se pronuncia.

Além do ataque em seus sistemas para colocar a TV no ar, no último fim de semana, a Record sofreu um segundo ataque, de outro grupo de hackers, que tiraram sites de filiais e afiliadas da emissora do ar. Neste caso, a Record já retomou o controle e os endereços estão novamente acessíveis ao público.

O ataque hacker na Record

Os primeiros problemas foram sentidos pela equipe da emissora a noite do último dia 7. Os profissionais do Domingo Espetacular precisaram correr para recuperar o que foi perdido no ataque, com trabalho que avançou durante a madrugada.

Os conteúdos que ainda não tinham sido mandados para o servidor interno ou que estavam salvos em cards externos foram recuperados e reeditados para serem exibidos --ou seja, parte do trabalho que estava pronto foi perdido e precisou ser refeito.

A emergência se tornou pública na manhã do dia 8, um sábado, quando o Fala Brasil foi interrompido às 9h06, e episódios da série Todo Mundo Odeia o Chris (2005-2009) passaram no lugar.

A programação ao vivo foi retomada com o programa A Escola do Amor, da Igreja Universal do Reino de Deus. Nas concorrentes, o assunto repercutiu. A Globo reforçou os cuidados com segurança interna e soltou comunicado para os seus funcionários e admitiu que sofreu uma tentativa no primeiro turno das eleições. 

Mais lidas


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.