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Crítica | Nova série

Segunda Dama faz rir, apesar do clichê batido das irmãs gêmeas

Inácio Moraes/TV Globo

Heloísa Périssé interpreta Analu, irmã gêmea rica de Segunda Dama, nova série da Globo - Inácio Moraes/TV Globo

Heloísa Périssé interpreta Analu, irmã gêmea rica de Segunda Dama, nova série da Globo

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 16/5/2014 - 0h16

Irmãs gêmeas, com personalidades opostas, é, de longe, um dos clichês mais batidos da televisão brasileira, mas é exatamente nele que se sustenta a série Segunda Dama, estreia da Globo nesta quinta-feira (16). Protagonizada por Heloisa Périssé, que também escreve junto a Paula Amaral e Izabel Muniz, com supervisão de João Emanuel Carneiro, Segunda Dama trata da história das gêmeas Analu e Marali, que há anos não se falam.

O motivo pelo qual as duas se desentenderam é o grande mistério da série (esperamos que não seja algo banal), mas o abismo que as separa vai além: Analu é rica e Marali, pobre, e as diferenças de personalidades são explicadas por conjunções astrais. O Sol mudou de signo bem no intervalo de nascimento entre uma e outra. Assim, Analu, escorpiana, é mais sensual, ao passo que Marili, sagitariana, carrega a solaridade do signo em seu jeito de ser. Uma licença poética encontrada pelo roteiro e que o telespectador compra com naturalidade, o que colabora com o humor da série.

Só que, apesar de todas as mordomias, Analu vive uma vida solitária e infeliz ao lado de um marido sistemático (Paulo Hélio/Dan Stulbach). Ela decide, então, procurar Marali e propõe a troca de papéis. Já assistiram ao filme As Namoradas do Papai, com as gêmeas sensação de Hollywood, Mary Kate e Ashley Olsen? Então, a premissa é parecida.

A comicidade da série reside no fato de como as duas, pertencentes a ambientes sociais tão distintos, vão se sair em situações inúmeras, como Marili enfrentar as restrições nutricionais da irmã rica depois de acordar faminta.

A farsa, porém, é descoberta pelo filho de Analu, Greg (João Pedro Zappa), que logo saca que a mãe não é a mãe. Ele ameaça contar ao pai a verdade, mas Marali implora para que ele não diga nada. Vendo que daquela situação poderia tirar proveito, o garoto mostra-se receptivo. É assim que o episódio se encerra, deixando o gancho para a semana seguinte.

O seriado se alicerça, principalmente, no talento cômico de Heloisa Périssé, versátil quando desempenha tanto uma quanto a outra, mas é inegável que ela se sai muito melhor na pele da irmã classe C (o novo pobre da televisão brasileira). Lembra, inclusive, um pouco a sua Monalisa de Avenida Brasil (2012). A dobradinha com Elisângela (Edneia) também rende momentos engraçados para a série _a cena em que Marali acha que se deu bem sensualizando com um rapaz que acabara de conhecer em um pagodão e logo descobre que se tratava de um assalto foi bem divertida.

O tipo de humor visto em cena é regional, tipicamente do subúrbio carioca, diferente de Doce de Mãe, a série que ocupava o horário anteriormente e tratava de um tema mais universal, a velhice.

Ainda que a série traga a promessa de misturar drama, mistério e humor, foi este último que tomou conta do primeiro episódio. A entrada dos outros elementos, porém, é uma chance para Heloisa mostrar sua versatilidade como atriz.

Apesar do tema batido, Segunda Dama diverte, além de ser uma aposta válida, uma vez que é preciso testar novos produtos _mas seria exagero dizer que a série traz um novo formato à televisão. A mistura de mistério, humor e drama pode dar certo. É esperar para ver. 

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