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DOCUMENTÁRIO NO E!

Zezé Motta dribla racismo e machismo na TV: 'Muita luta pela frente'

DIVULGAÇÃO/E!

Zezé Motta na pré-estreia de Vozes do E!, em São Paulo, em 8 de novembro de 2021

Zezé Motta na pré-estreia de Vozes do E!, no último dia 8, em São Paulo

ELBA KRISS

elba@noticiasdatv.com

Publicado em 16/11/2021 - 6h25

Zezé Motta driblou o racismo e o machismo ao narrar o documentário Vozes do E!, que estreia nesta terça-feira (16), no canal E!. Aos 77 anos, a atriz deu sua voz ao filme-experimento que discute a posição da mulher nas telas e na sociedade. "Temos muita luta pela frente", declara a veterana.

Vozes do E! é uma criação original do canal da TV paga. Dirigido por Paula Sacchetta, o documentário mostra sete mulheres em situações que as colocam diante de racismo, machismo, representatividade, gênero e padrões de comportamento e beleza. A ideia é questionar o que está enraizado no imaginário coletivo.

Por isso, a produção criou situações para levantar debates. A atriz Natallia Rodrigues, por exemplo, foi fotografada como lutadora de boxe. A modelo Rita Carreira virou uma miss gorda. A intérprete Carinna Morena se transformou em uma jovem negra como presidente do Brasil.

Nesse enredo, há também uma negra como CEO de uma empresa, uma senhora de mais de 60 anos de lingerie sexy, uma princesa oriental com cabelos ondulados e uma astronauta transexual. Todos esses ensaios foram levados para as ruas, e opiniões das mais diversas foram colhidas.

As reações, claro, mostram que a sociedade não aceita uma modelo que não é magra, por exemplo. Ou que, quando se pena em princesas, não se imagina uma asiática. As opiniões duras e difíceis de ouvir expõem a realidade.

Nesse contexto, a produção colheu depoimentos de personalidades para reforçar que a questão do estereótipo atinge a todos. A atriz Maria Maria Bopp, a apresentadora Marina Person, a cantora Elza Soares e a drag queen Rita Von Hunty estão na atração.

Para Zezé, narradora do especial, Vozes do E! retrata o que foi uma batalha de sua existência. "A luta contra o estereótipo e a invisibilidade da mulher negra nas telas é a luta da minha vida. Este é meu lugar de fala. Minha carreira foi cheia de altos e baixos. Comecei como o pé direito, com uma peça de Chico Buarque", relembrou no documentário.

"Depois teve uma outra fase muito complicada, pois me chamavam sempre para fazer os mesmos personagens: a empregada, a serviçal. O problema não era fazer a empregada. O problema é que elas não tinham voz. Elas viviam a reboque dos personagens brancos. Tive de lutar muito contra isso, denunciar", reforçou.

divulgação/e! enterteinment 

Carinna Morena em Vozes do E!

Carinna Morena em Vozes do E!

Militância de uma vida

Para a veterana, estrela de novelas como Corpo a Corpo (1984), da Globo, o cenário evoluiu nos últimos anos. Mas ainda há muito a ser conquistado pelo universo feminino. "Se eu disser que não houve uma pequena mudança, eu não estaria falando a verdade. Já tivemos muitas conquistas. Nós, mulheres, estamos de parabéns", considerou.

"Eu tenho 50 anos de carreira. De militância, são 40 ou 45 anos. Lembro-me de quando começamos essa luta para que a mulher tivesse mais respeito e espaço. Já conquistamos muitas coisas. As mulheres estão em todos os espaços. São poucas, mas estão. São poucos negros, mas, aos poucos, estamos ocupando o espaço que nos é de direito. Ainda temos muita luta pela frente. Temos que ser otimistas e continuar lutando por igualdade", reforçou.

Referência na televisão e inspiração para jovens atrizes negras, Zezé, que também atuou em A Próxima Vítima (1995), admite que se emociona por ser lembrada pela atual geração. "Recebo cartas. Bom, antigamente eram cartas (risos). Agora são e-mails, [mensagens de] WhatsApp de pessoas dizendo que, a partir do momento que viram as coisas que conquistei, foi um estímulo e inspiração para que elas tivessem certeza de que era possível realizar algo na carreira", contou.

"Fico emocionada e feliz de servir de inspiração. [Na minha época,] Dava para contar nos dedos. Quando eu fazia teatro, não tinha esperança. Mas quando vi Ruth de Souza [1921-2019], Antonio Pitanga, Chica Xavier [1932-2020] e por aí em diante, pensei: 'Eles estão lá porque perseveraram e insistiram'", destacou.

A produção do E! marca o retorno de Zezé à televisão após um longo período de isolamento por causa da pandemia. Na quarentena, ela fez uma live e participou do especial Falas da Vida, da Globo. Agora, ela retoma, aos poucos, sua agenda profissional. Ela também é cantora e tem convites para shows em Portugal, na Europa.

"Quando veio esse convite [do E!], fiquei feliz. Juro que fiquei emocionada. Fiquei emocionada durante o trabalho também. Por tudo, por voltar ao estúdio e pelo tema em si", admite.

Vozes do E! estreia nesta terça-feira (16), às 22h, no E! Entertainment. Veja um teaser do especial:


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