NO HISTORY CHANNEL
REPRODUÇÃO/HISTORY BRASIL
Vítima do coronavírus em cena do documentário Pandemia em Tempo Real, do History Channel
O relatório mais recente da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontou que o número de casos do coronavírus (Covid-19) já passou de 12 milhões. As mortes causadas pela doença chegaram a 550 mil no mundo inteiro. Entre os afetados, cem vítimas do vírus viraram cinegrafistas da própria história para o documentário Pandemia em Tempo Real, do canal History Channel.
Em dezembro, notícias de uma estranha doença foram relatadas em Wuhan, na China. Em poucos meses, a Covid-19 atingiu 185 países. No Brasil, o primeiro caso foi confirmado em fevereiro. Em março, 89% dos países da América Latina tinham relatado, pelo menos, um indivíduo positivo.
Diante da pandemia decretada, o canal History iniciou um documentário sobre a doença. Sem a possibilidade de enviar equipes de filmagens para os países afetados, usou as redes sociais para pedir relatos na América Latina.
Foram milhares de histórias recebidas. Delas, cem pessoas viraram os narradores da face mais cruel do vírus. "O trabalho de produção teve início em meados de março, quando a maioria das cidades da América Latina começaram a decretar ou sugerir, em diferentes níveis de obrigatoriedade, o isolamento voluntário ou obrigatório", conta Miguel Brailovsky, vice-presidente sênior de Conteúdo do History.
"Tínhamos um antecedente forte e dramático do que estava acontecendo na Europa. No nosso território, o vírus chegou depois e pudemos nos preparar psicologicamente com outras armas. Então, pareceu interessante o processo de registrar desde o dia um essa vida em quarentena dos latino-americanos", completa Brailovsky. Os vídeos foram recebidos até o final de abril.
O executivo aponta que os brasileiros foram os que mais participaram. "Nós recebemos muito mais material do que tivemos a possibilidade de editar. O volume geral do Brasil foi maior do que dos outros mercados. O uso de redes sociais no Brasil é um dos mais altos na América Latina", analisa.
Brailovsky adianta que Pandemia em Tempo Real, feito somente com vídeos caseiros, trará a realidade como ela é, sem a megaprodução costumeira de outros especiais. "O que fizemos foi não contar uma história na linguagem científica, epidemiológica ou política, mas estritamente humana. Priorizamos o componente humano de cada um dos protagonistas", explica.
Com seus relatos sem roteiros, o especial mostrará como a pandemia mudou o rumo da nossa história. Quando testemunhado de perto, o surto choca. "Pessoalmente, me impactaram muito as sequências nas portas dos hospitais diante da dor de gente que não pode ser atendida ou que a família é comunicada da morte de um ente querido", adianta o executivo. "Há histórias muito arrebatadoras. As que acontecem nos corredores dos hospitais trazem uma angústia", considera.
Pandemia em Tempo Real é um documentário em novo formato a ser apostado pelo History, uma vez que qualquer pessoa pode ser tornar cinegrafista. Miguel Brailovsky considera esta uma nova vertente a ser seguida pelo canal em futuros projetos.
"Se pensarmos em custo, provavelmente, é menor do que um especial produzido de modo tradicional, em que uma equipe de produção viaja em busca de imagens. Mas para nós, independentemente de custo, nos atraiu o conceito de que hoje qualquer pessoa, em qualquer lugar, só pelo fato de ter um telefone na mão e decidir ligar a câmera, é um narrador da história", considera.
"Apesar de as imagens não terem qualidade de uma câmera profissional e de o som não ter qualidade de um microfone de alta captação, o realismo e o impacto que existem em estar presenciando algo sem filtros, sem edição, sem maquiagem, sem iluminação... A realidade nua e crua dá valor enorme ao documentário", finaliza.
Pandemia em Tempo Real será exibido neste sábado (11), às 19h, no History.
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