Vilã de Escrava Isaura foi agredida com peixada e beliscão: 'Lágrimas desceram'

Intérprete da vilã Rosa em Escrava Isaura (1976), Léa Garcia chegou a ser agredida na rua por causa das maldades da personagem. Em entrevista ao Conversa com Bial, a atriz de 89 anos relembrou de uma peixada e um beliscão que levou na época em que a novela estava no ar. "De lágrimas descerem dos olhos", desabafou a veterana.

"Verdade que você chegou a ser atacada na rua por causa desse personagem?", perguntou o jornalista em referência ao folhetim escrito por Gilberto Braga (1945-2021). "Várias vezes. Apanhei muito", revelou a artista na madrugada de sexta-feira (13).

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"Eu sou uma mulher que gosta de fazer feira e mercado. Então, eu fui à feira quando eu morava no Flamengo [bairro do Rio de Janeiro]. Uma criatura pegou um peixe enorme e bateu nas minhas costas porque eu 'estava sendo perversa com a Isaura'. Apanhei também... Levei um beliscão de lágrimas descerem dos olhos. Eu estava esperando um táxi na praia do Flamengo para ir para casa da minha prima", contou a idosa.

"Que loucura", reagiu o apresentador. "As pessoas naquele momento confundiam o personagem com o ator", afirmou Léa.

"Uma outra vez, que foi muito engraçado, eu estava com o Haroldo de Oliveira [1942-2003], que fazia o André na novela... Nós estávamos assistindo o Carnaval, naquela época a gente botava o crachá da Globo, passeava... O Haroldo em determinado momento se posicionou bem no centro da passarela e começou a fazer o seu discurso", narrou ela.

O ator anunciou a presença de Léa no local e a deixou em pânico ao chamá-la falando que fez "tanto mal para Isaurinha", papel de Lucélia Santos. "Aí o público inteiro vaiou. Um pilantra, um danado. Essa foi uma brincadeira gostosa", detalhou a intérprete.

"Não deixa de ser o maior atestado de uma grande atriz. Todo mundo acreditar a esse ponto", exaltou Bial. "A partir de determinado momento, eu passei a gostar. E considero esse trabalho como meu cartão de visita na televisão", arrematou a carioca.

Léa Garcia é uma figura histórica do teatro negro no Brasil. Ela teve papéis de grande destaque na TV e no cinema e acumulou prêmios ao longo da carreira.

Na Globo, a atriz atuou ainda em novelas como Selva de Pedra (1972), A Moreninha (1975), A Viagem (1994), Anjo Mau (1997), O Clone (2002), Êta Mundo Bom! (2016) e Sol Nascente (2017).

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