DESASTRE NO LITORAL
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Walace Lara no Bom Dia SP: repórter da Globo caiu no choro ao relatar golpistas em tragédia
A cobertura dos temporais que deixaram mortos e feridos no litoral de São Paulo colocou os jornalistas em situações atípicas tanto ao vivo quanto para chegar até o local. A Globo reuniu um grupo de profissionais da região e também do Estado para ajudar nos links. Até Roberto Kovalick, de folga nos dias de Carnaval, ficou ilhado e precisou trabalhar.
A chuva começou na tarde de sábado (18) e os deslizamentos aconteceram nas horas seguintes, na manhã de domingo (19). O âncora do Hora 1 estava em Juquehy, um dos bairros da cidade de São Sebastião que mais sofreu com as consequências. Kovalick mostrou preocupação com o estado da casa na qual estava com a família, que teve o primeiro andar completamente invadido pela água.
O jornalista compartilhou as imagens em seu Instagram na madrugada de domingo. "A casa onde estou não dá para descer mais, tudo inundado, os sofás boiando. Assusta muito o que vemos pela janela, a força da correnteza na rua. Muita água. Está tudo inundado. Conseguimos salvar algumas coisas, água, um pouco de comida. É o que tem", lamentou ele.
Kovalick deveria aparecer na tela da Globo após o fim de seu recesso, mas estava a postos nos telejornais da emissora e também na GloboNews como correspondente já no dia seguinte. Ele improvisou as tomadas com imagens do próprio celular e chegou a se apresentar de bermuda em meio à lama.
Walace Lara, repórter que participou do plantão ao vivo sobre a tragédia, se emocionou ao denunciar a ação de golpistas que se aproveitavam dos estragos e falta de suprimentos para lucrar com vendas do litro de água a R$ 93. Ao vivo do Bom Dia São Paulo, ele conversou com a âncora Sabina Simonato e chorou.
"A gente fica pensando que nessas horas a gente vê muitos gestos de solidariedade, mas também muita ganância. Como diz o pessoal nas ruas: 'Deus tá vendo'. Cobrar R$ 93 por um litro de água...", falou, com a voz embargada. A apresentadora também se emocionou.
"Esses gestos, as suas emoções, mostram quão humano o Walace é. Ele é um repórter daqueles que a gente dá nota dez. Vai atrás, né?", elogiou Sabina. Lara tentou dar as notícias após se recuperar do choro. "Desculpa, gente, eu vou respirar aqui e vou falar. É difícil ouvir um depoimento como a gente ouviu agora e não se emocionar", continuou ele.
Bruno Tavares detalhou no Jornal Hoje de segunda (20) as dificuldades que a equipe passou para chegar até lá. Sem acesso por conta das estradas danificadas, eles tiveram que pedir ajuda a pescadores e à Marinha para chegar até São Sebastião, o local mais afetado.
O repórter assumiu que, por pouco, não precisou cancelar a entrada ao vivo. "Chegamos aqui há 15 minutos", afirmou. A primeira tentativa de chegar foi com um barco, mas o trajeto estava bloqueado.
"Fizemos uma segunda tentativa com uma lancha menor e, finalmente, conseguimos nos aproximar da praia. Mas as ondas ainda estão grandes, então os barqueiros tiveram medo. Pedimos carona para um bote da Marinha, e finalmente conseguimos desembarcar", descreveu.
A TV Vanguarda, afiliada da Globo na região do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte prestou solidariedade aos moradores e familiares atingidos pela tragédia. A emissora mobilizou toda a equipe para trabalhar. Laurene Santos e André Luis Rosa são dois repórteres que acompanharam de perto o drama.
"Nosso compromisso é com a informação, mesmo quando as notícias são tristes e dolorosas. Em todos esses dias, por trás de toda notícia difícil, toda dor em cada matéria, o nosso time do Jornalismo faz um trabalho incansável. Desejamos toda força pra as famílias atingidas por esse temporal devastador", publicaram no Instagram.
A Band levou sua equipe até as áreas afetadas. José Luiz Datena gravou uma reportagem em que ficou atolado na lama para mostrar a situação do terreno. No Brasil Urgente, ele precisou tirar os sapatos para tentar se estabilizar no barro. "Para você ter uma base, foi mais ou menos assim que as famílias e pessoas estiveram", narrou.
"O deslizamento desta terra dura. É uma massa de terra que você fica preso. Eu imagino o desespero dessas pessoas, para sair dessa massa de lama. Meu Deus. E foi assim que as pessoas morreram. A maioria morreu assim", disse o apresentador da Band após cair e se atolar.
"Eu estou imaginando a agonia dessas pessoas tentando sair dessa tumba armada pela natureza. É impossível. No desespero, quando a lama vem, é impossível sair daqui. Imagine, crianças e mulheres. As pessoas de idade... É uma espécie de areia movediça", finalizou ele, emocionado.
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