LORENA COMPARATO
DIVULGAÇÃO/COMEDY CENTRAL
A atriz Lorena Comparato como a prostituta Tainá na série Homens?, que estreia no Comedy Central dia 18
VINÍCIUS ANDRADE
Publicado em 13/3/2019 - 6h09
Criada e protagonizada por Fábio Porchat, a série Homens? discutirá o machismo de forma bem-humorada no Comedy Central. Lorena Comparato, que interpreta uma prostituta na produção, terá um papel importante na trama ao virar uma terapeuta holística do personagem principal na luta contra a impotência sexual e o comportamento de machão. A atriz abre o jogo sobre as dificuldades que enfrenta como mulher na vida real.
"Se vou atender a porta da minha casa, reflito com que roupa eu estou, porque eu tenho medo de ser violentada. As pessoas têm essa mentalidade de que uma roupa pode dar a entender alguma coisa, é muito louco. Eu pergunto para os meus amigos e ninguém pensa isso", confessa. "Eu atendo a porta de cueca", rebate Porchat.
"Exatamente. Por que você vai se preocupar? Eu, como mulher branca, sei os assédios que eu vivo. Mas eu não tenho ideia de o que uma trans vive, o que uma travesti vive. E a gente tem que ter empatia. Como você, Fábio, não pode falar que é feminista, mas pode falar que apoia o feminismo", argumenta Lorena.
Em Homens?, os amigos Gustavo (Gabriel Godoy), Pedrinho (Raphael Logam), Pedro (Gabriel Louchard) e o personagem principal, Alexandre (Fábio Porchat), demonstram o machismo que existe em ambientes e conversas masculinas. Todos são imaturos ao extremo e, ao longo da primeira temporada, se dão conta dos problemas que enfrentam por serem assim.
"Eu vejo muitos homens olhando o feminismo como se fosse uma luta das mulheres, elas estão lá conquistando o direito delas. Como se os homens tivessem que ficar no cantinho deles, só esperando. Os homens têm que mudar, têm que perceber. É isso o que a série está tentando mostrar para os homens: 'Vocês também precisam fazer a sua parte, vocês também tem que perceber'", explica Porchat.
Ao colocar o protagonista para conversar com o próprio pênis, que é interpretado por Rafael Portugal, a série pretende explorar o absurdo sem deixar de mostrar o que acontece na realidade. No primeiro episódio, por exemplo, três homens no escritório fazem comentários sexuais sobre uma colega de trabalho, vivida por Giselle Itié.
"A cena do escritório, aquilo mata a gente [mulheres]. É o que a gente vive. Quando as pessoas me perguntam se já sofri assédio, eu, em primeiro lugar, digo que não sofri. Nunca ninguém tentou me estuprar ou algo assim. Mas aí, de repente, você volta e se lembra de pequenas coisas, e vê o quanto é massacrada, como na escolha de uma roupa pra usar", confessa Miá Mello, que na série interpreta Mari, casada com o personagem de Gabriel Louchard.
"É muito louco, até nisso a gente sofre. Tem uma falsa impressão de que está tudo bem, de que os homens respeitam a gente, e não é assim. É uma mudança que leva um tempo, é um processo pelo qual a mulher precisa passar. Acho legal mostrar essas coisas todas de um jeito grande, parar para pensar e enxergar as coisas que acontecem", desabafa a protagonista de Meu Passado Me Condena.
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