Rejeitado
Divulgação/TV Globo
O elenco de Sai de Baixo no primeiro ano do programa, que foi recusado por Silvio Santos
REDAÇÃO
Publicado em 13/12/2018 - 5h37
Nos anos 1990, Silvio Santos não acreditou no projeto do Sai de Baixo e recusou a proposta de ter o humorístico no SBT. A emissora era a primeira opção do diretor Daniel Filho para exibir o programa, mas seu dono não teve interesse e até menosprezou a atração. O projeto, no entanto, foi aprovado pela Globo e exibido ao longo de seis anos.
"Na primeira vez, eles [o ator Luis Gustavo e Daniel Filho] tentaram vender para o SBT, e o Silvio achou um lixo, achou uma merda. Nesse ínterim, Daniel Filho foi readmitido pela Globo, e eles levaram o projeto pra fazer um piloto", revelou Marisa Orth em entrevista à série documental Viver do Riso, do canal Viva.
Segundo Miguel Falabella, até os primeiros episódios começarem a fazer sucesso, o Sai de Baixo (1996-2002) realmente foi um programa desacreditado.
"Daniel chamou eu e Maria Carmen Barbosa para criarmos o primeiro programa. Havia uma ideia, uma sinopse de personagens. Mas a gente não sabia que seria um clássico. Daniel foi até alertado para que não botasse aquilo no ar, que aquilo não ia funcionar. A gente estreou sem saber para onde aquilo ia. Foi um susto", contou.
Vendido como uma comédia à la Família Trapo (1967-1971), o Sai de Baixo conquistou o público com seus personagens e as atuações sem noção dos atores, que improvisavam muito e criavam piadas entre eles mesmos nos bastidores.
Marisa Orth afirmou que o melhor de todos do elenco era Luis Gustavo, o criador do programa. Ela considera que o veterano era o guru dos atores, que fazia todos rirem. Já Miguel Falabella acha que o humorístico era fundamentalmente dos dois funcionários do apartamento da trama.
"O programa originalmente foi feito pra Claudia [Jimenez] e pro Tom [Cavalcante]. Nos anúncios, eram só os dois", lembrou o ator, diretor e roteirista.
Saída conturbada
Mas Claudia Jimenez decidiu deixar o programa repentinamente, no final do primeiro ano. O caso teve grande repercussão na mídia e entre a própria equipe. Claudia discordava do tom das piadas com sua personagem, Edileuza, que constantemente precisava ouvir gozações com seu estereótipo de gordinha.
"Eu acho que era um reflexo de como andavam as relações nos bastidores. Teve uma briga ali da Claudia com o texto [os roteiristas]. Nós levamos anos pra fazer as pazes. A estrutura do programa nunca foi fácil de trabalhar, era tudo um pouco selvagem", disse Claudio Piva, que foi redator-final do Sai de Baixo.
Claudia também falou sobre o caso e admitiu que, se pudesse voltar no tempo, teria permanecido no elenco. "Discordei de algumas coisas e saí fora. Hoje eu não teria saído. A gente amadurece, né. Às vezes chegava uma piada ou outra que era bem agressiva comigo. Eu ficava triste, falava mas não adiantava. Até um dia que deu no que deu", confessou ela.
"Quando eu saí, o ibope caiu bem, ficaram atrás de mim pra eu voltar. Me ofereceram aumento, e eu não voltei. Mas acho que não foi por minha causa que o ibope caiu. A Edileuza era um personagem muito forte, muito popular, tinha uma energia ali. Qualquer um que saísse causaria o mesmo incômodo", opinou a atriz.
Depois dela, o papel da empregada do apartamento foi interpretado por Ilana Kaplan, Márcia Cabrita (1964-2017) e Claudia Rodrigues. Atualmente, Sai de Baixo é reprisado aos sábados, na faixa Sessão Comédia da Globo.
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