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ALARMA TV

Silvio Santos insiste em telejornal bizarro e pede opinião do público sobre cancelamento

REPRODUÇÃO/SBT

Janice Villagran é uma das apresentadoras do Alarma TV

Janice Villagran é uma das apresentadoras do Alarma TV, que voltará à grade do SBT neste sábado (19)

GABRIEL PERLINE

Publicado em 18/10/2019 - 20h22

Sem dar ouvidos às críticas nem as opiniões de seus conselheiros, Silvio Santos mandou implantar uma enquete no site do SBT para saber se os telespectadores estão gostando do Alarma TV, o telejornal mais violento e bizarro do mundo, e se deve mantê-lo em um novo horário de sua programação ou cancelá-lo de uma vez por todas.

A pergunta lançada no site é: "Qual sua opinião sobre o programa Alarma TV?". A enquete tem apenas duas opções de respostas, "manter na programação do SBT" e "tirar da programação do SBT".

"Neste sábado (19), logo após o Programa da Maisa, assista ao Alarma TV, o programa mais criticado da televisão. Diga, através do nosso site, se devemos continuar apresentando ou devemos tirar da nossa programação", explica o texto que descreve a pesquisa no site da emissora.

Publicada às 19h desta sexta (18), a enquete contava com apenas 275 votos até a publicação deste texto. E uma maioria de 73% pedia pelo fim do programa.

Pouco antes, o SBT emitiu um comunicado à imprensa informando que o telejornal estava de volta à sua programação. E o mais alarmante foi o horário escolhido: sábado, às 15h30, ocupando a faixa que antes era destinada a Patricia Abravanel com o game show Topa ou Não Topa.

Funcionários da emissora estão revoltados com a insistência de Silvio Santos em colocar o "noticiário" no ar. O Alarma estreou em 2 de outubro, às 19h, e recebeu uma enxurrada de críticas por seu conteúdo. O dono do SBT decidiu, então, mudar de horário e colocou-o às 10h30, antecedendo a faixa de desenhos animados. Ficou no ar durante apenas dois dias e foi cancelado.

Show de horrores

O Alarma TV é um telejornal de conteúdo duvidoso da Estrella TV, emissora norte-americana que produz entretenimento para o público hispânico dos Estados Unidos. Assassinatos à queima-roupa, mulheres de fio dental esfregando as nádegas na câmera e atos nojentos fazem parte do editorial do dito noticiário.

Seu conteúdo é de deixar os telespectadores realmente alarmados. Considerado pela crítica internacional como o "telejornal mais violento do mundo", ele não poupa a audiência de cenas bizarras. Os apresentadores, sem muitas informações precisas sobre os protagonistas de cada situação, tecem comentários vazios e tentam amenizar o show de horrores com falas supostamente engraçadas.

Em uma reportagem, uma mulher rebola e se esfrega sobre o corpo de um defunto em um caixão. Nenhuma informação é fornecida ao telespectador. Quem são a dançarina e o morto, onde e quando a cena foi registrada, ou o desfecho do ato. A apresentadora, ao final do vídeo, tenta fazer graça. "Será que assim ele se levanta?", provoca Lianna, aos risos.

Em outra, uma briga de bar acaba com um grupo de rapazes se agredindo. A violência aumenta a ponto de alguns deles quebrarem garrafas de vidro nas cabeças de seus rivais. "Além de bêbados, têm a cabeça dura", comentou o apresentador Antolin, fazendo piada com uma situação tensa.

Mulheres dançando de fio dental, cenas de escatologia, comidas bizarras, portadores de doenças que desfiguram seus corpos, brigas, animais em risco e homossexuais em situação de opressão são algumas das cenas que já foram ao ar nos Estados Unidos e que devem ser exibidas a partir desta terça pelo SBT.

Reportagem de verdade não existe no Alarma TV. Embora o site oficial do programa diga que trabalhe com correspondentes em toda a América Latina, seu conteúdo é um grande compilado de vídeos bizarros que circulam pela internet ou nos grupos de WhatsApp, mas apresentados como material jornalístico.

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