NOTÍCIA DIFÍCIL
Antonio Chahestian/Record
Roberto Cabrini (à dir.) exibe foto com Senna ao repórter Michael Keller, do Domingo Espetacular
Roberto Cabrini vai relembrar momentos curiosos e difíceis de sua carreira no Domingo Espetacular. Acostumado a entrevistar os outros, o jornalista muda de lado e é sabatinado por Michael Keller na série especial sobre os 70 anos da Record. Na conversa, ele relembra como foi noticiar a morte do piloto Ayrton Senna (1960-1994).
Após o acidente no Grande Prêmio de San Marino, em Ímola, na Itália, Cabrini foi destacado pela Globo para ir até o hospital em Bolonha, para onde Senna foi levado. "Eu já tinha noção da gravidade, e quando cheguei ao hospital --fui um dos primeiros jornalistas a chegar-- percebi, pelo comportamento dos médicos, que não tinha salvação", conta ele.
O veterano percebeu rapidamente que teria a função de dar a notícia que os brasileiros jamais gostariam de ouvir. "Eu sabia que iria anunciar a morte de Ayrton Senna. Eu estava abalado, do ponto de vista pessoal, mas eu também sabia que havia todo um país à espera das minhas informações."
Na época, Cabrini fazia a cobertura do automobilismo e tinha desenvolvido uma relação de proximidade com o piloto, o que dificultou ainda mais a cobertura de sua morte. Galvão Bueno, amigo pessoal de Senna, até se afastou dos trabalhos para processar o choque e o luto.
Mas a boa relação com outros astros do esporte também salvou a vida de Roberto Cabrini. Ele comenta com Keller sobre a vez em que sobreviveu ao regime talibã por causa de sua amizade com Pelé (1940-2022). O jornalista costuma andar com uma foto na carteira em que posa, com sua família, ao lado do jogador.
"Cobrindo a guerra do Afeganistão, a gente foi interceptado pelas forças do talibã, e eles fizeram toda menção de que iriam nos executar. Só não nos executaram porque, num determinado momento, lembrei que eu tinha essa foto. Quando eu mostrei, eles imediatamente reconheceram Pelé e viram que eu tinha uma relação com ele. O Pelé salvou minha vida. E essa não foi a única vez. Pelé abria portas, parava guerras."
Keller e Cabrini posam em Fusca do jornalista
O jornalista destaca as grandes coberturas que realizou na emissora, como a retomada do poder pelos talibãs no Afeganistão, a Guerra da Ucrânia, o terremoto na Turquia e, recentemente, os incêndios que destruíram o Havaí.
Também fez entrevistas marcantes com o pai de Michael Jackson (1958-2009) e Jairinho e Monique, acusados da morte do menino Henry Borel (2016-2021), dentre outras coberturas intensas que renderam diversos prêmios, como o APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte), um dos mais importantes do país, e conquistaram os maiores índices de audiência do Domingo Espetacular, onde ele apresenta A Grande Reportagem.
Além de falar sobre sua carreira premiada, Cabrini vai mostrar um pouco de sua vida pessoal para o Domingo Espetacular. Ele vai revelar, na televisão, o repórter que existe por trás das câmeras: sua família, seus hobbies e histórias que poucos conhecem. Entre as curiosidades, uma paixão por Fuscas.
As reportagens especiais sobre os 70 anos da Record no Domingo Espetacular já homenagearam nomes como Eliana, Ana Maria Braga, Carlos Alberto de Nóbrega, Ratinho, Luiz Bacci, entre outros.
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