COMPANHEIROS DE BANCADA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Renata Vasconcellos no Conversa com Bial desta sexta (31); ela mencionou Bonner na entrevista
Renata Vasconcellos viveu momentos difíceis no Jornalismo. O principal deles, segundo ela, foi a pandemia de Covid-19. Numa das notícias que teve de dar no Jornal Nacional, sobre a falta de oxigênio para pacientes de hospitais em Manaus, no Amazonas, a apresentadora chegou a ter uma crise de falta de ar ao vivo, de tanta agonia. O que a ajudou foi ter contado com a ligação "sobrenatural" que sente com seu companheiro de bancada, William Bonner.
Bonner já havia feito um acordo com ela desde que os primeiros casos de Covid-19 foram divulgados no país. Ele telefonou para Renata e pediu que eles se ajudassem. Os dois suspenderam suas folgas e fins de semana livres para se dedicaram à cobertura. Mas era no ao vivo que o maior símbolo da parceria deles aparecia.
"Muitas vezes, só com o olhar, a gente se ajudava", lembrou a âncora do Jornal Nacional, durante entrevista concedida ao Conversa com Bial, exibida nesta sexta (31).
"Aquele momento em Manaus, em que as pessoas não conseguiam oxigênio para respirar... As pessoas, internadas, sem a possibilidade de um oxigênio para dar apoio, porque não tinha... Aquilo muitas vezes me deu falta de ar. No ar. E eu tive ajuda do Bonner... Às vezes, era só um olhar de 'eu vou, você vai', e pronto", descreveu ela, em referência ao período de caos da pandemia em Manaus, em janeiro de 2021. As internações e os enterros bateram recordes, e as unidades de saúde ficaram sem oxigênio.
Ela admitiu que esse foi o momento mais difícil de sua carreira, apesar de participado de outras coberturas difíceis --uma delas, inclusive, na sua estreia no Jornal Nacional. Ela cobria as férias de Fátima Bernardes, em 2011, e teve de reportar enchentes e deslizamentos na Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro.
"Me marcou muito, não só no aspecto profissional, mas especialmente na parte pessoal. Você vivenciar, ver de perto, as pessoas naquele desespero... Muitas pessoas ainda estavam mortas, os corpos não tinham sido resgatados ainda. Um cenário de tragédia absoluta. Então, [é difícil] você conciliar ao mesmo tempo esse pragmatismo de levar informação, de informar as pessoas do que está acontecendo ali, e ao mesmo tempo segurar a emoção, que é muito grande", lembra ela.
Tinha momentos em que eu entrevistava com as lágrimas escorrendo dos meus olhos, e eu me afastando um pouco pra câmera não me pegar. E eu resistindo para poder fazer a próxima pergunta, e as lágrimas escorrendo. Isso a gente leva com a gente para sempre.
Fora do ar, ela enfrentou outros percalços. Renata afirmou ter sofrido preconceito de algumas pessoas, que duvidavam de sua competência pelo fato de ser bonita.
"Tinha a consciência do que estava acontecendo, mas, ao mesmo tempo, estando aberta para me fazer conhecer mais e a pessoa não ter essa visão unilateral, vamos dizer assim. É muito simples, muito pobre, que é quando você toma uma pessoa apenas pela aparência dela", disse.
Por outro lado, a beleza abriu portas. Ela ganhou um dinheirinho na faculdade fazendo trabalhos como modelo. Depois, fez participações em três novelas --História de Amor (1995), A Próxima Vítima (1995) e Explode Coração (1955)--, para perder a timidez e entender o dinamismo das câmeras. Ela, aliás, nunca se imaginou na TV justamente por ser tímida e fechada.
Até me lembro da minha mãe falando: 'Renata, ótimo! Escolheu fazer comunicação, quem sabe assim você vai consegue falar olhando para as pessoas. Porque a Renata é tão tímida que ela fala olhando para baixo, para o lado, para cima, menos olhando para as pessoas'.
Funcionou. Ela entrou na Globo e abriu a primeira transmissão do GloboNews logo na sequência. Depois, passou pelas bancadas do Bom Dia Brasil, Jornal Hoje e Fantástico. Está no Jornal Nacional desde 2014, como apresentadora e editora-executiva.
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