JORNALISMO
Reprodução/RIC TV
O jornalista Ricardo Vilches: contratado pela afiliada do Paraná, ele é proibido de aparecer em São Paulo
DANIEL CASTRO
Publicado em 25/2/2019 - 6h23
A Record mantém uma espécie de lista negra com nomes de jornalistas que não devem trabalhar em suas emissoras próprias ou afiliadas em todo o país. A maioria são ex-profissionais do grupo que tiveram uma demissão traumática, com processos trabalhistas, ou que são considerados sem o perfil desejado pela empresa.
Demitido em 2012, o repórter Ricardo Vilches teve duas tentivas de contratação pela RIC TV, afiliada do Paraná, vetadas pela cabeça-de-rede em São Paulo. Até que no ano passado mudou o departamento de Jornalismo de Curitiba, e a nova chefia resolveu ignorar o veto da Barra Funda.
Desde abril de 2018, Vilches é um dos principais nomes da RIC TV. Está cobrindo o assassinato do ex-jogador Daniel, uma história mais interessante para a Record do que a Lava Jato. Suas entradas ao vivo no Cidade Alerta do Paraná chegam a dar 17 pontos de média, mas ele não apareceu nem um minuto em rede nacional, fora da cobertura da RIC.
Para driblar o veto ao repórter, profissionais da Record de São Paulo usam recursos mais pobres. Na semana passada, quando a Justiça divulgou o teor de depoimentos de testemunhas do assassinato de Daniel, o Balanço Geral e o Cidade Alerta de São Paulo tiveram que recorrer a apresentador em estúdio em Curitiba, porque o repórter que estava no link ao vivo era Vilches.
Vilches entrou na lista dos jornalistas vetados Record porque processou a Record, depois de uma passagem de cinco anos pelo Jornal da Record, reivindicando 13º, FGTS e férias. A ação acabou em acordo judicial, mas não teve perdão.
Após a Record, Vilches foi contratado pela Rede Massa, de Carlos Massa, o Ratinho, e passou a apresentar o SBT Paraná, que bate a Globo na faixa do meio-dia em Curitiba. O sucesso despertou o interesse da RIC TV, que teve de bancar sua contratação mesmo com o veto de São Paulo.
Dezenas de outros profissionais, no entanto, não tiveram a mesma sorte, e continuam impedidos de voltar para o grupo Record de norte a sul do país.
Procurada, a disse que "não comenta decisões editoriais, empresariais ou escalas de gravação de empresas parceiras".
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