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SOBRINHO DE EDIR

Record é proibida de fazer propaganda subliminar para Marcelo Crivella

REPRODUÇÃO/RECORD

O apresentador e âncora Wagner Montes Filho levanta os dez dedos das mãos em imagem de divulgação no site da Record Rio

Wagner Montes Filho em imagem de divulgação no site da Record Rio; propaganda suspensa

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 7/10/2020 - 9h18

A Record foi proibida pela Justiça Eleitoral de fazer uma propaganda subliminar para o prefeito Marcelo Crivella, candidato à reeleição da capital do Rio de Janeiro e sobrinho do dono da emissora, o bispo Edir Macedo. A Record divulgava seu novo número de WhatsApp, cujo final era 1010, sendo que 10 é o número do partido do político.

Nas peças publicitárias, divulgadas na programação da TV e até no site da emissora no Rio, alguns apresentadores como o âncora Wagner Montes Filho, apresentador do Balanço Geral Manhã, apareciam falando o número de celular e reforçando o final. "Dez, dez! Não esqueçam: Dez, Dez!", afirmava, enquanto faziam gestos com as palmas das mãos abertas.

De acordo com jornalista Guilherme Amado, da revista Época, a juíza eleitoral Luciana Mocco Moreira Lima proibiu a emissora de continuar divulgando as imagens por entender que se tratava de uma propaganda subliminar, visando fixar no subconsciente dos telespectadores o número da chapa de Crivella.

Na decisão divulgada na segunda-feira (5), a Justiça Eleitoral determinou a suspensão da publicidade após analisar uma série de provas reunidas pelo Ministério Público Eleitoral, incluindo um documento que mostrou que a emissora mudou o seu número de contato justamente após o sobrinho de Macedo registrar sua candidatura pelo Republicanos.

"Não restam dúvidas que a documentação acostada pelo Ministério Público comprova fato grave que merece imediata reprimenda estatal. A atitude da emissora Record e de seus funcionários com mensagens de exposição do número de campanha já utilizado pelo prefeito Marcelo Crivella, pessoa conhecida e candidato à reeleição, com a finalidade de firmá-los no inconsciente do eleitor, afronta a legislação eleitoral", afirmou a juíza. 

"A conduta dos apresentadores e da emissora caracterizavam propaganda subliminar com potencialidade de influir na disputa eleitoral em razão da repetição maciça, devendo reprime-se o uso indevido dos meios de comunicação social", continuou a magistrada na decisão.

"O gesto repetido pelos apresentadores nos programas de televisão, a promoção da candidatura do investigado, ainda que não houvesse pedido expresso de votos e sim referências dissimuladas à sua candidatura configura o uso indevido dos meios de comunicação", completou.

Reincidência

Nos autos do processo, a juíza Luciana Mocco Moreira Lim também ressaltou o poder de influência da emissora comandada pela Igreja Universal sobre a comunidade evangélica, além de relembrar que essa não foi a primeira vez que a Record tentou fazer publicidade subliminar. 

Durante a eleição para a Prefeitura do Rio de Janeiro em 2014, uma vinheta parecida também foi tirada do ar pela Justiça Eleitoral por divulgar o Salmo 22, quando o número de Crivella, na época, era 22.

"Divulgando a candidatura à reeleição de Marcelo Crivella para a chefia do Poder Executivo, sendo certo que tal assunto já foi objeto de decisão anterior pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro nas eleições de 2014, tratando-se de conduta reiterada e abusiva", finalizou a decisão. 

A juíza ainda determinou que a Record, seus apresentadores e funcionários se abstenham, mesmo que por gestos, de veicular propaganda subliminar através do número dez em sua programação diária de televisão até o final da eleição municipal de 2020, sob pena de incorrerem no crime de desobediência.

A emissora também foi obrigada a suspender imediatamente a veiculação do novo número de WhatsApp ou qualquer outro número com o mesmo final, tendo o prazo de  48 horas para cumprir as determinações. Na manhã desta quarta (7), um novo número de contato já constava nas plataformas digitais da Record Rio. 

O Notícias da TV questionou a emissora de Edir Macedo, mas não obteve retorno até a publicação deste texto. 


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