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CONTROLE DE REGRAS

Por que Globo, Record e SBT rejeitam debate por videoconferência?

KELLY FUZARO/BAND

Imagem dos candidatos à Prefeitura de São Paulo no estúdio do debate da Band

Com 11 candidatos, o debate da Band foi o primeiro e será um dos únicos na corrida eleitoral de SP

VINÍCIUS ANDRADE

vinicius@noticiasdatv.com

Publicado em 7/10/2020 - 7h05

Com o cancelamento do debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo na Record, as três principais emissoras do país estão fora dos encontros eleitorais em primeiro turno. A justificativa é que não há como respeitar os protocolos contra a transmissão de Covid-19 com 11 candidatos no mesmo estúdio. Mas por que as TVs rejeitam a realização de um debate virtual em tempos de pandemia?

A resposta está na dificuldade em controlar as regras de forma remota, além do risco do sinal de internet ser cortado durante uma pergunta espinhosa, o que pode levantar suspeitas dos telespectadores e das campanhas rivais.

Os debates eleitorais não são programas comuns de entrevistas ou simplesmente um conflito de ideias como os feitos pelos canais de notícias. Há normas que devem ser cumpridas em período de campanha.

Uma delas é que todos os candidatos devem ser tratados de maneira igual, com os mesmos direitos. As regras estabelecidas pela emissora devem contar com a anuência dos partidos e precisam ser informadas à Justiça Eleitoral. Em São Paulo, são 11 candidatos aptos ao debate.

Da mesma forma que é arriscado colocar todos eles, seus assessores, o apresentador e funcionários da emissora juntos em estúdio, também é inviável e pouco vantajoso financeiramente deslocar links e equipes da TV para monitorar mais de uma dezena de políticos.

Um dos riscos é que alguns deles se utilizem de pontos eletrônicos ou façam contato visual, por meio de teleprompter ou cartazes com assessores, o que não é permitido em encontros desse tipo. Esse tipo de ação pode ser fiscalizada em estúdio, mas fora dele é mais difícil.

No comunicado que a Globo soltou no mês passado, o motivo pela recusa desse formato foi explicado. "Os candidatos precisam ser tratados de forma equânime e ter as mesmas condições, e o público precisa perceber isso. Um candidato pode injustamente ser acusado de estar com ponto eletrônico, de estar recebendo ajuda de assessores, por exemplo", alegou a emissora.

"A transmissão pode cair num momento importante do debate, e a Globo ser injustamente acusada de ser a culpada ou, da mesma forma, e também de forma injusta, o candidato ou sua campanha serem acusados de terem provocado a interrupção para fugir de um momento difícil", informou o comunicado.

Debates na pandemia

Ao contrário de Record e SBT, a Globo ainda não cancelou definitivamente o seu evento, mas avisou que só o realizará se as campanhas aceitarem que apenas os quatro candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de votos participem do debate. A medida encontra resistência nos partidos políticos.

Band montou uma operação especial, mas realizou o seu encontro na semana passada. Foram 11 candidatos no estúdio: Andrea Matarazzo (PSD), Arthur do Val (Patriota), Bruno Covas (PSDB), Celso Russomanno (Republicanos), Filipe Sabará (Novo), Guilherme Boulos (PSOL), Jilmar Tatto (PT), Joice Hasselmann (PSL), Márcio França (PSB), Marina Helou (Rede) e Orlando Silva (PCdoB).

Na RedeTV!, o programa com a discussão de propostas deve acontecer em 23 de outubro, às 22h30. Todas as emissoras que cancelaram os eventos no primeiro turno prometem fazer o debate em um eventual segundo turno, já que serão apenas dois candidatos no estúdio.

Nos Estados Unidos, a campanha de Donald Trump já cogita que os próximos debates contra Joe Biden, em 15 e 22 de outubro, sejam feitos de maneira virtual. O atual presidente dos Estados Unidos foi internado semana passada após contrair Covid-19, e precisa ficar de quarentena nos próximos dias. Ainda não há uma definição se o formato por chamada de vídeo será aceito.


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