MARCELO CASTRO
REPRODUÇÃO/RECORD
Marcelo Castro no Balanço Geral da Bahia; ele é investigado por participar de golpe do pix
A Record demitiu nesta sexta-feira (31) o repórter Marcelo Castro, investigado pela polícia por suposto envolvimento no golpe do pix da filial de Salvador. Estima-se que um esquema tenha desviado R$ 800 mil de doações para pessoas carentes que faziam apelos no programa Balanço Geral. A demissão foi por justa causa, sem todos os direitos trabalhistas. Castro também foi intimado a depor na polícia, que investiga ao menos 20 casos considerados suspeitos.
A informação foi confirmada pelo advogado Marcus Rodrigues, que representa Marcelo Castro nas investigações da esfera criminal. Ele afirma que a saída da Record não muda o caso para o seu cliente. "Na seara criminal não tem desdobramentos. Até porque ele não é nem suspeito na investigação", disse. Procurada, a Record preferiu não comentar o assunto.
Em nota enviada ao Notícias da TV, a Polícia Civil da Bahia detalhou a atual fase da investigação: "A Delegacia de Repressão aos Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber) segue com as investigações acerca da suspeita de fraude ocorrida por meio da arrecadação de doações para pessoas em estado de vulnerabilidade social, em campanhas divulgadas em uma emissora de televisão, em Salvador".
"Na nova fase das apurações, depoimentos, matérias jornalísticas, vídeos e prints de redes sociais estão sendo analisados. Aparelhos celulares de familiares de uma das pessoas que figuram como vítima foram encaminhados para perícia, no Departamento de Polícia Técnica (DPT). O titular da DreofCiber, responsável pelo inquérito policial, solicita às pessoas que se identificam como vítimas no contexto do caso investigado, o comparecimento na unidade, no bairro da Moraria, munido de documentos, prints e outros elementos probatórios", completa o documento.
Além de Marcelo Castro, o editor Jamerson Oliveira já havia sido dispensado. Castro é suspeito de ser o responsável por colocar na tarja da tela do programa um telefone pix estranho aos quadros da Record para desviar dinheiro de apelos. O fato teria sido realizado em acordo com Oliveira, que era editor do Balanço Geral, apresentado por José Eduardo, o Bocão.
O esquema teria um terceiro personagem, um rifeiro famoso de Salvador (BA). Os desvios teriam acontecido entre setembro de 2022 e fevereiro deste ano. A Record descobriu o caso através do apresentador José Eduardo, que recebeu uma reclamação de uma criança que morreu de câncer após uma campanha feita no Balanço Geral. Ela afirmou para a polícia e para Bocão que o pix que apareceu na tela da emissora não era dela.
Uma das linhas de investigação policial apura se o golpe foi determinante para que a criança tenha morrido dias depois. Caso isso se comprove, o jornalista Marcelo Castro pode ser indiciado por homicídio culposo --quando não há intenção de matar. Por enquanto, o caso é tratado como golpe cibernético pela polícia.
Desde que começaram as investigações, a polícia recebeu ao menos 20 relatos de pessoas que se disseram lesadas pelo golpe. O inquérito deverá ser finalizado ainda no mês de abril pela delegacia que investiga a situação.
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