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INVESTIGAÇÃO NA BAHIA

Polícia quer saber se golpe do pix na Record determinou morte de criança

REPRODUÇÃO/RECORD

José Eduardo Bocão no comando do Balanço Geral Bahia

José Eduardo Bocão no comando do Balanço Geral Bahia; polícia investiga integrantes da equipe

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 15/3/2023 - 7h00

A Polícia Civil da Bahia investiga se o golpe financeiro aplicado supostamente por um editor e um repórter da Record na Bahia foi determinante para a morte da criança com câncer mostrada no Balanço Geral. Em reportagem exibida no final de fevereiro, o programa mobilizou o público para doar dinheiro que seria revertido para o tratamento da menina, mas os valores nunca foram repassados. O ex-jogador do Bahia Anderson Talisca doou R$ 70 mil, e seus empresários serão intimados a depor sobre o caso.

A informação sobre a linha de investigação foi confirmada pela polícia ao Notícias da TV. Algumas vítimas já foram identificadas pelo delegado responsável e serão intimadas a prestar depoimento nos próximos dias.

A coluna apurou ainda que pelo menos quatro casos estão sendo investigados, mas a polícia não confirma a quantidade de possíveis golpes aplicados. Estima-se que R$ 800 mil tenham sido desviados. 

O caso está registrado na Delegacia de Repressão aos Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber), que começou o inquérito na última segunda (13) após o caso ganhar repercussão. A Record também faz um investigação interna.  

"A Delegacia de Repressão aos Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber) identificou algumas possíveis vítimas que prestarão depoimento acerca da suspeita de fraude ocorrida por meio da arrecadação de doações para pessoas em estado de vulnerabilidade social, em campanhas divulgadas em uma emissora de televisão, em Salvador", diz a nota. 

Os policiais querem saber se o desvio das doações prejudicou o tratamento da criança, resultando em sua morte, já que o apelo da mãe na reportagem era justamente levantar fundos para pagar as despesas médicas.

Se ficar comprovado que o golpe teve ligação com a morte, o caso passará a ser tratado também como homicídio. Por enquanto, a investigação é de estelionato digital, cuja pena vai de um a cinco anos.

"Inicialmente, o caso está sendo apurado como estelionato por meio eletrônico. Uma vez comprovado o desvio dos valores, também será apurada a possibilidade da influência da ausência dos recursos para a inviabilidade do tratamento, o agravamento da doença, ou ainda a morte de uma criança, à qual uma das campanhas era direcionada", afirma a polícia para a coluna. 

Por fim, os policiais afirmam que vão chamar para prestar depoimento o estafe do jogador Anderson Talisca, ex-Bahia e atualmente colega de Cristiano Ronaldo no Al-Nassr, da Árabia Saudita. O delegado deseja averiguar se as doações de Talisca chegaram à destinatária ou foram desviadas pelo repórter que intermediou o apelo.

"Representantes de um jogador de futebol, que também teria doado um valor por meio do pix, estão entre as pessoas que serão ouvidas na unidade especializada", completa a nota da policial. A Polícia Civil da Bahia ainda não tem previsão de quando vai ouvir os suspeitos do golpe.

O caso do golpe do Pix na Record

O esquema envolvia pelo menos um repórter e um editor, que foi demitido no último final de semana. A emissora exibia casos dramáticos, como o de uma menina com câncer, e pedia doações para um pix da produção do Balanço Geral. O dinheiro, no entanto, não ia parar nas mãos de quem precisava.

O Notícias da TV não revela os nomes dos envolvidos porque eles foram mantidos sob sigilo pela Polícia Civil baiana. O caso foi descoberto por José Eduardo Bocão, apresentador do programa. Em conversa com a coluna, ele disse que se sente traído e cogitou se aposentar da televisão após descobrir o caso, mas decidiu se manter no ar.

"A decepção é gigante. Sempre trabalhei com a verdade, com a justiça social, com as pessoas. Na minha vida, eu vim para uma missão. Essa missão eu encontrei na Record. Centenas e centenas de pessoas eu dei a mão, eu ajudei com a RecordTV Itapoan e São Paulo. Já vai para 16 anos aqui dentro. Você acha que vou deixar isso acabar por causa de ladrão?", afirma o apresentador. 


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