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Pulso firme, Inezita Barroso brigou muito na vida e trabalhou na TV até machucada

Divulgação/Cultura

A cantora e apresentadora Inezita Barroso fez história no comando do Viola, Minha Viola, da Cultura - Divulgação/Cultura

A cantora e apresentadora Inezita Barroso fez história no comando do Viola, Minha Viola, da Cultura

FERNANDA LOPES

Publicado em 28/3/2019 - 5h39

Durante 34 anos, Inezita Barroso (1925-2015) comandou o Viola, Minha Viola, um clássico da TV Cultura, com mãos de ferro. Toda a história dela como cantora e apresentadora é contada no documentário Inezita, dirigido por Helio Goldsztejn, que estreia nesta quinta (28) nos cinemas. Ícone do sertanejo de raiz, ela era rígida na TV: brigava para manter as tradições e não faltava às gravações; até machucada a instrumentista foi trabalhar.

Ao longo de todo o documentário, que apresenta a vida de Inezita desde a infância numa família conservadora até seus últimos dias, a protagonista é retratada como uma pessoa que sempre teve a cabeça muito firme em seus objetivos e ia atrás deles, contra tudo e contra todos.

Antes de chegar ao programa Viola, Minha Viola, Inezita construiu uma importante e desbravadora carreira no sertanejo. Brigou com a família para poder cantar e só conseguiu lançar seu primeiro CD após se casar. 

Ela foi pioneira enquanto mulher no sertanejo de raiz também na TV --Inezita teve um programa na Tupi entre 1954 e 1962, chamado Vamos Falar de Brasil, em que enaltecia a música verdadeiramente brasileira. O documentário conta com vários depoimentos de familiares, amigos e celebridades que acompanharam a trajetória de Inezita, como a atriz Nicette Bruno e a cantora Roberta Miranda.

Roberta é uma das pessoas que falam sobre o papel importante que Inezita exerceu no Viola, Minha Viola para ajudar a divulgar e manter vivas a cultura e a memória da música sertaneja de raiz. A apresentadora chegava a brigar com artistas que entravam no estúdio e queriam se apresentar com bandas e instrumentos elétricos. Inezita não deixava.

"Sujeito quer tocar com uma banda? Ora, vá tocar com uma banda no programa dos outros, nesse aqui não vai", disse Inezita, em um depoimento de arquivo que é resgatado no documentário.

A própria apresentadora também não admitia sair das regras. Em uma ocasião, Inezita teve um acidente doméstico e cortou o supercílio, perdeu bastante sangue. Mesmo assim, chegou no estúdio da Cultura com curativo, pronta para trabalhar. Era seu dia de gravar, e ela nem cogitou faltar.

Em outra ocasião, já em seus últimos anos, ela estava com pneumonia e mesmo assim se recusou a ficar internada --era o dia da festa de 30 anos do Viola, Minha Viola. Inezita avisou aos médicos que ia trabalhar mesmo doente, mas voltaria assim que terminasse a gravação, e foi o que fez.

O documentário conta com vasto material de arquivo e faz uma bela homenagem a essa artista que marcou seu nome na história do Brasil. Após ser exibido nos cinemas, Inezita irá ao ar na Cultura, ainda sem data definida.

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