VERA MAGALHÃES
DIVULGAÇÃO/TV CULTURA e REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Vera Magalhães é apresentadora do Roda Viva; deputado aliado a Jair Bolsonaro atacou jornalista
REDAÇÃO
Publicado em 20/3/2020 - 17h51
A jornalista Vera Magalhães, apresentadora do Roda Viva, divulgou cópia de seu contrato com a emissora da Fundação Padre Anchieta após ser acusada por deputados aliados ao presidente Jair Bolsonaro de que receberia R$ 500 mil do governo do Estado de São Paulo. No Twitter, ela revelou o valor real de seus vencimentos mensais: R$ 22 mil.
"Peço a todos os de boa-fé que virem a fake news do 'meio milhão de reais' que compartilhem o fac-símile do meu contrato. O que fizeram foi somar dois anos de duração do contrato para me difamar. Todos serão processados", avisou ela, apresentando o trecho do documento que mostra o valor de sua remuneração.
Durante uma sessão na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) nesta sexta-feira (20), o deputado estadual Douglas Garcia (PSL/SP) subiu no plenário e fez acusações contra a jornalista. Na contracapa de uma pasta que estava em suas mãos, era exibida uma montagem de um boneco Playmobil à frente de um microfone da Jovem Pan. Vera trabalhou na rádio e foi apelidada com o nome da marca de brinquedos por conta de seu corte de cabelo.
"No exercício do nosso mandato, eu e o deputado Gil Diniz fomos na parte da manhã até a Fundação Padre Anchieta e buscamos essa informação que a população do Estado de São Paulo e que o povo brasileiro tanto precisa (sic) saber. A senhora Vera Magalhães recebe a bagatela de meio milhão de reais pelo contrato com a Fundação Padre Anchieta para falar mal do presidente da República. Meio milhão de reais, sendo, é claro, que a Fundação Padre Anchieta recebe R$ 100 milhões pelo governo do Estado, senhor João Doria. Cem milhões que saem do seu bolso", bradou o apoiador de Bolsonaro.
O trecho da sessão da Alesp viralizou nas redes sociais e foi compartilhado por diversos apoiadores do presidente brasileiro. Vera, por consequência, recebeu uma onda de ataques e optou por divulgar seu contrato nas redes sociais após a deputada Bia Kicis (PSL/DF) publicar o vídeo em tom de denúncia.
"Meu salário é de R$ 22 mil reais, deputada. O mesmo que recebia na Jovem Pan. Fui convidada para assumir o Roda Viva, mais tradicional programa de entrevistas da TV brasileira. Em breve vamos divulgar o salário de todos os âncoras que me antecederam", escreveu a o jornalista nas redes sociais.
Confira os posts de Vera e assista ao vídeo em que o deputado Douglas Garcia fala sobre seus vencimentos na TV Cultura:
Meu salário é de R$ 22 mil reais, deputada. O mesmo que recebia na Jovem Pan. Fui convidada para assumir o Roda Viva, mais tradicional programa de entrevistas da TV brasileira. Em breve vamos divulgar o salário de todos os âncoras que é antecederam https://t.co/WMGLUtMAkL
— Vera Magalhães (@veramagalhaes) March 20, 2020
Os ataques de Jair Bolsonaro a Vera Magalhães começaram em fevereiro, após a jornalista divulgar em sua coluna no jornal O Estado de S.Paulo que o presidente compartilhou com seus contatos pelo WhatsApp dois vídeos convocando para atos a favor do governo, e contra o Congresso e o Judiciário, marcados para 15 de março.
Na última quarta-feira (18), Bolsonaro voltou a atacar Vera e a acusou de mentir em suas reportagens publicadas no Estadão. "A jornalista Vera Magalhães, que foi uma mentirosa sem qualquer compromisso com a verdade, está divulgando que eu faria um movimento dia 31 de março na frente dos quartéis", disse o presidente durante uma coletiva de imprensa em que deveria tratar apenas de medidas de combate ao novo coronavírus.
Vera, no entanto, não publicou essa informação em sua coluna. Na terça (17), ela havia noticiado que estão sendo convocados atos para 31 de março, mas em nenhum momento citou o nome de Bolsonaro.
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