CORRIDA ELEITORAL
REPRODUÇÃO/BAND
Pablo Marçal durante o debate promovido pela Band com os candidatos à Prefeitura de São Paulo
O comportamento do influenciador e ex-coach Pablo Marçal (PRTB) na corrida à Prefeitura de São Paulo acendeu um alerta entre as emissoras de rádio e TV. Nos bastidores, já se conversa sobre a possibilidade dos próximos encontros não ocorrerem como o programado --sobretudo com o risco de serem "esvaziados" com a desistência dos demais candidatos.
De acordo com fontes do Notícias da TV junto ao mercado, os executivos estão considerando a hipótese de reduzir ou até mesmo cancelar completamente os próximos debates.
O principal temor das emissoras é de que os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas se recusem a debater com Marçal, que se mostrou pouco preocupado com as regras nos últimos encontros.
Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e José Luiz Datena (PSDB) já não participaram do encontro promovido pela Veja no domingo (18). Alguns alegaram conflito de agenda, mas há ainda uma grande preocupação com o baixo nível da discussão --o qual já não era exatamente o mais elevado na eleição passada.
Um dos episódios que foi considerado a gota d'água entre as campanhas foi Marçal se recusar a responder às perguntas de Tabata Amaral (PSB), afirmando que se pronunciará posteriormente nas redes sociais.
Segundo fontes próximas aos candidatos, ainda há uma grande insatisfação com a atuação da Justiça Eleitoral, que é considerada "morosa" e "ineficaz" diante da estratégia –classificada como "kamikaze"-- de Marçal.
Boulos chegou a conseguir direito de resposta nas redes sociais após ter sido acusado, sem qualquer prova, de ser usuário de drogas. O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), porém, suspendeu temporariamente a decisão na quinta (22).
Dentro das principais campanhas, Marçal é comparado a padre Kelmon (PL), que protagonizou cenas lamentáveis durante o debate promovido pela Globo com presidenciáveis em setembro de 2022. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) perdeu a paciência com o candidato, que tirou até o apresentador William Bonner do sério.
Soraya Thronicke (Podemos) também bateu boca com o sacerdote, afirmando se tratar de um "padre de festa junina".
A avaliação é a de que Marçal não quer ser prefeito de São Paulo, mas entrou para bagunçar o meio de campo e se promover. Não à toa, divulga as suas redes sociais a todo momento.
Até o momento, não houve cancelamentos oficiais e oito debates estão programados entre os candidatos a prefeito de São Paulo:
A estratégia de Marçal aparentemente deu certo junto ao eleitorado, em que já assumiu o segundo lugar na pesquisa DataFolha divulgada na tarde de quinta (22). Ele aparece com 21%, o que representa um crescimento de 7 pontos percentuais em relação ao levantamento anterior. Boulos segue na liderança, com 23%.
Nunes (19%) passou para a terceira colocação, à frente de Datena (10%), Tabata (8%) e Marina Helena (4%).
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