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Memória da TV

Nos anos 1970, lenda dizia que ator da Globo teria sido enterrado vivo

Reprodução/Globo Memória

Marco Nanini e Sérgio Cardoso em cena da novela O Primeiro Amor, da Globo, em 1972 - Reprodução/Globo Memória

Marco Nanini e Sérgio Cardoso em cena da novela O Primeiro Amor, da Globo, em 1972

THELL DE CASTRO

Publicado em 12/10/2014 - 10h36

Uma das lendas mais famosas dos anos 1970 envolveu a morte do ator Sérgio Cardoso. Um dos grandes nomes do teatro e da televisão brasileira nos anos 1950 e 1960, ele morreu em consequência de um ataque cardíaco no dia 18 de agosto de 1972, no Rio de Janeiro, aos 47 anos.

A morte do ator comoveu todo o Brasil. Mais de 15 mil pessoas, de acordo com reportagens da época, compareceram ao enterro no cemitério São João Batista. Pouco tempo depois, surgiu um boato, repercutido em toda a mídia brasileira, de que o ator sofria de catalepsia, uma doença rara que deixa os membros rígidos por horas, como se a pessoa estivesse morta. Por causa da doença, Sérgio Cardoso teria sido enterrado vivo.

A história dizia que a família teria pedido que o corpo fosse exumado. Ao abrir o caixão, Sérgio Cardoso estaria virado de bruços, com arranhões no rosto. O fato sempre foi negado pelos familiares do ator. Durante muitos anos a lenda foi contada, com diferentes versões, causando medo principalmente em familiares de pessoas vítimas de ataques cardíacos.

Fantástico revive

Em novembro de 1979, o assunto voltou à tona após a entrevista do tabelião Manoel Olegário da Costa ao Fantástico. Dizendo ser amigo de Cardoso, Costa relatou que em um dos encontros o ator teria demonstrado, com clareza, o pavor de ser enterrado vivo. “Ele disse realmente que tinha medo que isso pudesse acontecer”, comentou.

A atriz Nydia Licia, que foi casada com o Sérgio Cardoso durante dez anos, falou pela primeira vez sobre o assunto na mesma reportagem do Fantástico. Ela afirmou que o assunto causava muito sofrimento à família e que o ator nunca havia comentado sobre esse pavor. “Ele nunca teve catalepsia, certeza absoluta. Não somente jamais manifestou algum sintoma de doença nervosa no período que estivemos casados nem depois. O povo pode comentar, mas não é verdade”, disse.

Sérgio Cardoso em cena da novla A Cabana do Pai Tomás (1970), em que se pintava de preto

Licia também disse que não conhecia Costa. “Não conheço esse senhor, não sei se Sérgio o procurou ou se foi uma conversa informal, mas o fato de ter dito na conversa que tinha medo de ser enterrado vivo não quer dizer absolutamente nada”, salientou.

Segundo a atriz, o boato surgiu logo após a morte de Sérgio Cardoso. “Uma pessoa que ninguém conhece procurou um jornal de Manaus, dizendo que Sérgio havia sido enterrado vivo e que a família teria pedido exumação do cadáver. Imediatamente a notícia correu o Brasil inteiro”, declarou.

Ela afirmou, categoricamente, que o caixão nunca foi aberto. “Nunca precisou, de maneira alguma, não tem porquê. Sérgio faleceu no dia 18 de agosto de 1972 e ponto final. Ninguém tem dúvida, nem os médicos, nem a família. O resto do público eu espero que não tenha mais”, disparou.

Carreira

Sérgio Cardoso nasceu em Belém no dia 15 de março de 1925. Formou-se em Direito no Rio de Janeiro e sonhava ser diplomata, mas quando conheceu o Teatro Universitário decidiu seguir a carreira de ator.

Além de diversos papeis marcantes no teatro, Cardoso fez muito sucesso na novela Antônio Maria, da Rede Tupi, em 1968. Na Globo, protagonizou A Cabana do Pai Tomás, em 1969; Pigmalião 70, em 1970: e A Próxima Atração, em 1971.

Quando morreu, vivia o professor viúvo Luciano em O Primeiro Amor, novela das 19h da Rede Globo. Faltavam apenas 28 capítulos para o desfecho da trama. Ele teve que ser substituído por Leonardo Villar, que entrou em cena após um texto lido por Paulo José.


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