OBRIGATORIAMENTE LOIRAS
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Xuxa segurada por suas paquitas no Xou da Xuxa (1986-1992); elas eram obrigadas a serem loiras
Uma crítica que existe até hoje em relação ao Xou da Xuxa, exibido entre 1986 e 1992 na Globo, é o fato de as paquitas terem sido garotas brancas e, predominantemente, loiras. Segundo Xuxa Meneghel, nem todas chegavam ao programa assim, mas eram ameaçadas e coagidas por Marlene Mattos a pintarem os cabelos. Caso contrário, seriam excluídas de apresentações.
Xuxa abordou essa questão durante sua conversa com Ana Maria Braga no Mais Você de quinta (13). Ela foi ao programa para divulgar Xuxa, O Documentário, que estreou no Globoplay também na quinta. A mãe de Sasha falou sobre vários abusos psicológicos que viveu com Marlene Mattos e comentou que as paquitas também sofriam.
De acordo com a apresentadora, nem todas eram loiras no momento da contratação. "Tinha algumas que não, mas acabavam ficando loiras. No documentário, até foi cortado isso. Eu não sabia. Fiquei sabendo em uma conversa das paquitas que a Marlene dizia assim: 'Eu idealizei uma loira na frente e quatro ou oito atrás'", contou.
Xuxa admitiu que já sabia dessa visão de sua ex-empresária e que chegou a avisá-la de que isso era errado, mas alegou que Marlene não dava ouvidos: "Ela falava: 'Mas é assim que eu quero'".
"Só que ela não falava 'você tem que pintar o cabelo de loiro'. Ela dizia: 'Se você não for loira, não vai num [Domingão do] Faustão, não vai na Ana'", explicou Xuxa, em referência a outros programas da emissora. Ou seja, Marlene teria sugerido que as paquitas seriam barradas se não fossem loiras.
Com medo, as assistentes de palco cediam às instruções. "Elas acabavam pintando [o cabelo], obviamente. E ela [Marlene] dizia: 'Mas não fala pra Xuxa'. Ou então 'não sou eu que tô pedindo'. Então, realmente, ela fazia com que as meninas, que tinham 10, 12, 13, 14 anos, fizessem aquilo", afirmou Xuxa.
Atualmente, a apresentadora acredita que toda essa situação era muito ruim e muito chata para as paquitas --e que daria para fazer até um outro documentário inteiro só para os casos delas.
"É uma história muito forte que elas viveram, tudo para ficar perto de mim, do meu lado, a pressão que elas tiveram. Naquela época, a gente não via uma Barbie negra. Hoje, a gente sabe que tem bonecas de todas as cores, tamanhos. Antes, tinha que ser aquela coisa magra, loira. Graças a Deus o mundo tem mudado", declarou.
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