ATOR DE TROPA DE ELITE
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Caio Junqueira (1976-2019): ator que morreu em 2019 venceu processo trabalhista contra a Record
Morto em janeiro de 2019 após um grave acidente de carro no Rio de Janeiro, o ator Caio Junqueira (1976-2019) venceu tardiamente um processo trabalhista contra a Record, na qual trabalhou entre 2008 e 2016. Junqueira havia processado a emissora na Justiça do Trabalho em 2017 e pedia o reconhecimento de vínculo trabalhista. Teve ganho de causa em segunda instância na semana passada.
O Notícias da TV teve acesso aos autos do processo. Após a morte de Caio Junqueira, em 23 de janeiro de 2019, o processo foi assumido por sua mãe, Maria Inês Torres, considerada sua única sucessora até então. Porém, ela também morreu em 2019. Com isso, no início do ano seguinte, o ator Jonas Torres, irmão do artista, assumiu a pendência jurídica.
No processo, Junqueira pedia o pagamento de direitos que não haviam sido concedidos pela Record. O ator relatou que tinha sido contratado em 2008 e obrigado a usar uma empresa jurídica para assinar o seu vínculo. O convite para fazer parte do elenco fixo da emissora surgiu na época por causa do sucesso do filme Tropa de Elite (2007), no qual o ator se destacou como o policial Neto.
Ele assinou o acordo em agosto de 2008. Na Record, fez a série A Lei e o Crime (2009) e diversas outras produções, como Ribeirão do Tempo (2010), Milagres de Jesus (2014), José do Egito (2013) e Conselho Tutelar (2015). Junqueira alegou que cumpria horário e obrigações com a Record, além de ter acordo de exclusividade --não poderia atuar em qualquer outro veículo de TV aberta sem autorização da emissora.
Em primeira instância, a Record conseguiu vencer a disputa judicial, em julgamento que ocorreu no fim de 2019. Porém, após a defesa de Caio Junqueira recorrer, a 8ª Turma do TRT-1 (Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região) entendeu que, de fato, havia vínculo empregatício entre as partes e determinou o pagamento dos direitos renegados anos atrás.
O valor do processo é de R$ 60 mil. A Record ainda pode recorrer da decisão.
Caio Junqueira tinha 42 anos e 33 anos de carreira quando morreu. O ator começou a carreira em 1985, quando tinha apenas sete anos, no teatro. Sua estreia na televisão foi no ano seguinte, no seriado Tamanho Família (1985-1986), com Diogo Vilela e Zezé Polessa, na extinta TV Manchete.
Em seguida, foi para a Globo, onde solidificou seu nome após atuar em produções de sucesso, como Malhação (1998), Chiquinha Gonzaga (1999) e O Clone (2001).
Sua saída da emissora permitiu que ele entrasse no elenco de O Mecanismo, série brasileira da Netflix livremente inspirada na Operação Lava Jato. Ele interpretou Henrique Villa Verde, personagem que seria uma junção de Márcio Lewkowicz e Humberto Sampaio de Mesquita, ambos flagrados por câmeras de segurança carregando sacolas de documentos que incriminariam o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Caio Junqueira morreu em 23 de janeiro de 2019, uma semana depois de sofrer um acidente grave de carro no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. O ator não tinha filhos.
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