CONTRA A ESQUERDA
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM/RECORD
Lula e Edir Macedo, líder da Igreja Universal: candidato estuda ação após ataques na Record
A equipe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que é líder nas pesquisas de intenção de voto nas eleições presidenciais de domingo (2), estuda entrar com uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra a Igreja Universal do Reino de Deus e a Record por causa de um programa produzido pela agremiação religiosa que atacou a esquerda e pediu votos explicitamente para "candidatos de direita".
Em comunicado ao Notícias da TV, a assessoria de Lula e de sua campanha confirmou que analisa a questão e deverá tomar uma decisão ainda nesta quarta (28). A campanha já teve acesso à íntegra do Entrelinhas e à edição exibida na madrugada de terça (27), que afirmou que "é impossível ser cristão e ser de esquerda".
Hoje, existe uma interpretação de que houve excessos, principalmente nos pedidos de votos explícitos para candidatos de direita, o que pode ser considerado quebra da Lei Eleitoral vigente atualmente, que não permite propaganda em programas de televisão fora do Horário Eleitoral Gratuito.
A atração foi comandada pelos pastores Adilson Silva e Alexandre Paschoal --parceiros de Renato Cardoso, genro de Edir Macedo e um dos líderes da Igreja Universal. O programa começou com uma longa reportagem que dizia que a esquerda tinha 1.600 projetos de lei para "desestruturar a família".
Segundo a narradora, "alguns deles envolvem a liberação das drogas e até mesmo cirurgia de mudança de sexo sem a autorização dos pais". "O que se vê hoje não é um jogo político, e sim políticos jogando com a principal estrutura do país, a família", concluiu ela.
Na abertura da conversa, o bispo Adilson deixou claro: "Se você conhece alguém que não entendeu ainda que é impossível você ser cristão e ser de esquerda, ligue para essa pessoa e peça para essa pessoa ver esse programa. Porque nós vamos jogar luz na sua mente. Nós vamos iluminar sua mente com a palavra de Deus".
Os bispos criticaram modelos de países que são governados por políticos de esquerda. Usaram como exemplo a Argentina, que vive uma crise longa desde o início dos anos 2000. O país, no entanto, teve no período um presidente de direita, Mauricio Macri, entre 2015 e 2019.
"Hoje, está mais que comprovado que, onde a esquerda põe a mão, acontece o desgoverno", comentou o bispo Paschoal. Ele também criticou o PT, sem citar o nome do partido, e o ex-presidente Lula, atual líder das pesquisas: "Durante 14 anos, essa gente ficou no poder, e nós vimos o que aconteceu com a nossa economia. A esquerda só piorou as coisas".
Ao final da atração, o bispo Adilson Silva foi duro e pediu votos diretamente para candidatos de direita. "Quando falamos que iríamos jogar luz para você, é isso. Não é só jogar luz na cabeça de quem é cristão. Se você apoiar todas essas pautas de esquerda, vote em candidatos de esquerda. Vote para presidente, vote para tudo. Mas, se você não quer isso, ideologia de gênero, liberação de drogas, se você é contra isso, você deve eleger candidatos de direita. E agora você decide de que lado você quer ficar".
No início da corrida eleitoral, a Igreja Universal já havia usado seu horário na Record para atacar opositores. Edir Macedo declara apoio público para o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), bem como a grande maioria de seus pastores em suas redes sociais.
Vale lembrar que, durante os governos Lula (2003-2010) e Dilma Rouseff (2011-2016), políticos ligados à Igreja Universal e o próprio Edir Macedo apoiaram o governo de esquerda do Brasil. Lula, inclusive, participou da inauguração da Record News, canal de notícias da emissora.
O Notícias da TV procura a Igreja Universal do Reino de Deus desde a manhã da última terça (27), mas não houve resposta. Caso ocorra, o texto será atualizado.
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