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COLUNA DE MÍDIA

Jovem Pan demite geral às pressas e manda recado a Lula; por quê?

REPRODUÇÃO/JOVEM PAN

Augusto Nunes e Caio Coppola, demitidos da Jovem Pan

Para se aproximar de Lula e do PT, Jovem Pan demite jornalistas Caio Coppolla e Augusto Nunes

GUILHERME RAVACHE

ravache@proton.me

Publicado em 31/10/2022 - 19h18
Atualizado em 31/10/2022 - 19h21

Pegou de surpresa a rápida mudança de rumo editorial da Jovem Pan. Logo após o anúncio da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no domingo (30), as demissões começaram a acontecer no canal que havia se tornado o porta-voz oficial do bolsonarismo: Augusto Nunes, Guga Noblat, Guilherme Fiuza e Caio Coppolla estão entre os dispensados.

Apesar da audiência crescente, a Jovem Pan viu os anunciantes desaparecerem à medida que a corrida eleitoral se intensificava e a baixaria aumentava.

O YouTube, rede na qual o grupo está entre as maiores audiências do mundo, era essencial para fechar as contas da empresa. Porém, com o aumento da pressão sobre o Google, que monetizava os sites e perfis da Jovem Pan no YouTube, a gigante de tecnologia colocou o pé no freio e as receitas começaram a cair.

Com a derrota de Jair Bolsonaro (PL), o prognóstico de lucros se tornou ainda pior. Procurada pela coluna para comentar sobre as saídas de jornalistas, a "Jovem Pan diz que não irá comentar os motivos das demissões".

Lula acena para a Jovem Pan

Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, controlador da Jovem Pan, no passado já havia ameaçado desembarcar do governo Bolsonaro. A saída de Sergio Moro teria sido a gota d'água para o executivo. Mas empresários aliados de Bolsonaro e sua equipe o convenceram a ficar, apontando para os crescentes números de audiência e a receita do YouTube e sites.

No entanto, provavelmente, o que mais pesou nas mudanças na Jovem Pan foram as mensagens conciliadoras dos assessores do PT. Lula tem dito que não tem planos de retaliar a mídia, nem mesmo a Jovem Pan.

A Jovem Pan sabe que abrir mão das receitas do Governo Federal e estatais é um péssimo negócio. Então, a guinada editorial se tornou uma oportunidade por duas razões: reduz o custo com os apresentadores e facilita o diálogo com Lula e o PT.

O Notícias da TV trouxe uma série de reportagens sobre os riscos crescentes para a Jovem Pan durante as eleições e inclusive foi atacado pelos apresentadores e comentaristas do grupo ao longo de dois dias durante a programação do canal.

Bolsonaro perdeu, e com ele, a Jovem Pan. Mas como a volta de Lula comprova, nenhum retorno é impossível. Essa é a aposta da Jovem Pan.

Demissão de Augusto Nunes

No final da tarde desta segunda (31), ao confirmar a demissão de Augusto Nunes, a Jovem soltou o seguinte comunicado:

"Em comum acordo, o Grupo Jovem Pan e o jornalista Augusto Nunes entenderam por bem pôr fim à parceria de trabalho que estava vigente há mais de cinco anos, através da empresa do Augusto, Lauda Comunicação Ltda, sem qualquer animosidade ou juízo de valor.

Os termos e detalhes do deslinde não serão objetos de comentários por conta de o contrato de origem estar acobertado e protegido por cláusula de sigilo e confidencialidade. O Grupo Jovem Pan agradece o jornalista Augusto Nunes e deseja sucesso nas novas fronteiras que ele haverá de desbravar."


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