NO DOMINGO ESPETACULAR
Divulgação/Leo Aversa
Mariana Weickert tem se destacado no Domingo Espetacular com reportagens diferenciadas
Mesmo sem ter estudado Jornalismo, Mariana Weickert está à frente de reportagens diferenciadas no Domingo Espetacular, da Record. Numa semana, ela acompanha o artista Eduardo Kobra na criação de um mural gigante; em outra, mostra a rotina de mulheres que trabalham em pedreiras na Bahia. Em vez de apenas reportar, a ex-modelo internacional vivencia a fundo cada experiência. E, sem medo de chorar na frente das câmeras, virou a arma secreta da Record na briga pela audiência aos domingos.
No último domingo (31), uma matéria em que mostrou que colecionar anéis de latinhas de alumínio pode resultar em uma cadeira de rodas, Mariana foi responsável pelo pico de audiência do programa --a reportagem marcou 11 pontos na Grande São Paulo, enquanto a revista eletrônica teve média de 9,4.
A ex-modelo não nega o orgulho que sente ao saber que o público da Record tem aprovado o seu trabalho. "Saber que teve uma audiência expressiva me envaidece, me deixa feliz. Claro que é gostoso saber que as pessoas responderam de uma maneira positiva, eu recebo mensagens muito legais na rede social, isso me dá um quentinho no coração", conta ela ao Notícias da TV.
O retorno favorito de Mariana, no entanto, é pessoal. Como a catarinense mergulha de cabeça nas pautas, acaba sendo tocada pelas pessoas com quem convive durante cada reportagem. "Esse lado empático é muito exercitado. Fiz uma matéria na prisão, por exemplo, e cadeia é um lugar que mexe muito comigo. É muito forte ver aquilo, aquela falta de humanidade, as pessoas enjauladas. Isso tudo afeta algo dentro de mim", admite.
"Quando eu acabo uma gravação intensa assim, é muito difícil voltar para a minha realidade, os meus pequenos privilégios. Eu tenho uma cama quentinha, uma refeição gostosa, posso tomar dois banhos por dia, ter ar-condicionado... E aí no trabalho eu me deparo com pessoas que não têm o mínimo, gente muito humilde, às vezes em situação de rua. É muito paradoxal, sabe? O mundo é muito injusto", desabafa a profissional de 38 anos.
O formato do jornalismo de vivência, como Mari define seu trabalho no Domingo Espetacular, remete a algo que ela já fazia no A Liga (2010-2016), da Band, durante as quatro temporadas que passou na atração. Na época, ela chegou a acompanhar prostitutas durante uma noite no Rio de Janeiro e se meteu em algumas situações de risco.
"Não sei se eu era mais corajosa, talvez não seja essa a palavra, mas n'A Liga eu era mais livre. Fazia coisas que apresentavam certo perigo, e não tinha segurança, equipe de apoio, nada disso. A estrutura era eu, o câmera e o produtor, e a gente ia na cara e na coragem, por amor à causa. A ideia era trazer uma matéria incrível, viver aquilo mesmo, era muito rico", lembra.
Na Record, ela continua imergindo em outras realidades, mas evita grandes riscos. O que mudou? Agora, Mariana tem dois filhos para cuidar: Theresa, que completa três anos no próximo dia 19, e Felipe, de sete meses. "A maternidade é muito transformadora. Em uma das primeiras matérias que eu fiz para o Domingo Espetacular, em um garimpo, eu me expus a um pequeno perigo. Na hora veio a minha filha à cabeça e me deu um ataque de choro. Eles são dois seres pequenininhos que tomaram uma proporção gigantesca na minha vida", resume ela.
A maternidade também a fez se conectar mais com as mães com quem convive para as gravações na Record. "A gente fica à flor da pele, né? Eu entendi que as minhas dificuldades, que parecem enormes para mim, são muito pequenas se comparadas às das outras mães. Meu filho às vezes faz uma birra, uma manha, não quer comer, mas é algo banal perto de uma criança que tem dificuldade de locomoção, cognitiva, ou mesmo financeira. Comecei a enxergar o mundo de uma maneira diferente", diz.
Agora, por causa do novo coronavírus, Mariana também precisou se adaptar a um novo protocolo de trabalho. E confessa que isso tornou tudo mais complicado. "É muito difícil não poder tocar, abraçar, não ver o rosto da pessoa por causa da máscara. Às vezes você consegue se comunicar com um sorriso de canto de boca, e isso não dá mais. Claro que a gente adapta, tem que produzir, mas acho que perde um pouco dessa emoção", reconhece.
E o que ela deseja fazer quando a pandemia acabar? "Não tenho uma matéria específica em mente, mas eu quero normalizar o anormal. Andar na rua sem álcool gel no bolso, sem máscara. Abrir o portão da minha casa sem ter de me preocupar se eu encostei nele sem álcool. Não é saudade de um abraço específico, é a vontade de retomar a vida normal, sem essa paranoia", finaliza.
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