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MÔNICA WALDVOGEL

Jornalista da GloboNews liga PT ao Hamas e leva surra de críticas: 'Fake news'

REPRODUÇÃO/GLOBONEWS

Foto da jornalista Mônica Waldvogel no Em Ponto da GloboNews

Mônica Waldvogel no Em Ponto, da GloboNews; críticas por associar PT ao Hamas no programa

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 9/10/2023 - 15h27
Atualizado em 9/10/2023 - 16h57

Mônica Waldvogel foi criticada nas redes sociais por sugerir uma suposta ligação entre o PT e o Hamas. Ela apontou que o governo brasileiro evitou mencionar o grupo ao repudiar os ataques em Israel, mas que havia "relação de parte do Partido dos Trabalhadores" com os extremistas. A GloboNews afirmou que a jornalista vai reiterar na edição desta terça (10) que não se referiu ao PT como um todo, mas a um manifesto assinado por representantes do partido em 2021.

A apresentadora analisou o conflito na faixa de Gaza, disputada pela Autoridade Palestina e o estado israelense, no Em Ponto desta segunda (9). "Um dos pontos que chamou atenção foi o fato de o governo brasileiro condenar o que aconteceu, mas não mencionaram o grupo Hamas", disse.

"Há relação de parte do Partido dos Trabalhadores com esse grupo de apoio, resistência por não haver negociações para estabelecer melhor status para Palestina", acrescentou.

Waldvogel também avaliou negativamente a atuação do Brasil à frente do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). "Sem nenhum resultado", finalizou.

Procurada, a GloboNews informou que "amanhã, no Em Ponto, Mônica Waldvogel vai reiterar que se referiu, não ao PT como um todo, mas a um manifesto assinado em 2021 por representantes do partido". [Leia o manifesto na íntegra abaixo].

O canal de notícias também explicou que, no site do programa, os assinantes poderão encontrar os nomes dos seguintes deputados do PT que assinaram o manifesto: Zeca Dirceu; Paulo Pimenta; Alexandre Padilha, Érika Kokay; Professora Rosa Neide; Enio Verri; Helder Salomão; Nilto Tatto; Padre João; Paulão.

As declarações repercutiram negativamente nas redes sociais. "Grave, mentira. Mônica Waldvogel afirma sem provas que o PT tem ligações com o grupo terrorista Hamas", escreveu Ricardo Giardini, no X --antigo Twitter.

"Gravíssimo: Mônica Waldvogel na GloboNews declara que o PT apoia o Hamas. É muito grave essa acusação sem prova nenhuma disso", completou Pedro Voge.

A reportagem procurou a comunicação da GloboNews por e-mail pela manhã, mas não obteve resposta até a publicação deste texto. O PT também foi questionado, mas igualmente não retornou.

Veja o vídeo:

A que manifesto Mônica se referiu?

Mônica se referiu a um manifesto de 2021, Resistência Não é Terrorismo, em crítica a determinação do Reino Unido para classificar o Hamas como uma organização terrorista "fundamentalmente e radicalmente antissemita". 

Leia na íntegra:

Todo apoio ao povo palestino na luta por legítimos direitos. Os parlamentares, entidades e lideranças brasileiras que subscrevem este documento, expressam o seu profundo descontentamento à declaração da secretária do Interior da Inglaterra, Priti Patel, que atribuiu ao Movimento de Resistência Islâmico -- Hamas, a designação de “organização terrorista”, alegando falsamente que o Movimento palestino seria “fundamentalmente e radicalmente antissemita”.

Este posicionamento representa uma extensão da política colonial britânica, em desacordo com a posição da maioria do povo da Inglaterra, que se opõe à ocupação israelense e aos seus crimes.

Seu objetivo é claro: atingir a legítima resistência palestina contra a ocupação e o apartheid israelense, numa clara posição tendenciosa em favor de Israel e tornando-se cúmplice das constantes agressões aos palestinos e aos seus direitos legítimos.

O direito à resistência assegurados pelo Direito Internacional e Humanitário, pela Carta das Nações Unidas e por diversas Resoluções da ONU, entre elas as de nº 2.649/1970, 2.787/1971 e 3103/1974, reiterando o direito de todos os povos sob dominação colonial e opressão estrangeira de resistir ao ocupante usurpador e se defender.

A resistência é um legítimo direito dos palestinos contra a ocupação e as reiteradas violações dos direitos humanos, bem como os crimes de guerra. Direito que os palestinos não abrem mão e para o qual, contam com o nosso apoio e solidariedade à sua causa de libertação e pelo seu Estado nacional palestino.

Lula é ligado ao Hamas?

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) relacionou o PT ao Hamas mais uma vez ao condenar os ataques em Israel no domingo (9). "Lá, sim, não aconteceu uma tentativa de golpe de estado, mas um ataque terrorista patrocinado pelo Hamas, que são aliados do PT e do Lula aqui no Brasil", disse o político, sem apresentar provas.

Qual a posição oficial do PT?

Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, defende ao site oficial da sigla a política de "dois estados, duas nações". Ou seja, a criação de um estado economicamente viável para Palestina em convivência pacífica com o de Israel.

"O recrudescimento do conflito entre o Hamas e o governo israelense, expondo a população civil aos bombardeiros, já resultou em dezenas de mortos, inclusive crianças, o que impõe interromper as agressões, respeitar o direito dos palestinos à sua pátria e a busca por paz na região", diz o artigo.

Quem é o Hamas?

O Hamas é um movimento islamita palestino, de orientação sunita, considerado um grupo terrorista por Estados Unidos e União Europeia. Ele possui um braço político e um braço armado, atuando principalmente na região de Gaza.

O Brasil tem relações com o Hamas?

O Brasil reconhece a Autoridade Nacional Palestina desde 2010, contando com uma embaixada em Brasília. Mahmoud Zeidan Abbas, presidente palestino desde 2005, esteve no país para a cerimônia. Ele, no entanto, faz parte do Fatah --organização política fundada por Yasser Arafat (1929-2004).

O grupo assumiu o comando da Palestina após derrotar o Hamas nas urnas, opondo-se ao grupo principalmente por ter abandonado a luta armada em 2007.


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