PEDRO GUIMARÃES
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Renata Vasconcellos no Jornal Nacional; críticas ao presidente por hesitar em afastar aliado
Renata Vasconcellos repudiou a hesitação de Jair Bolsonaro para afastar Pedro Guimarães da presidência da Caixa Econômica Federal no Jornal Nacional desta quarta (29). Um dos principais aliados do chefe do Executivo, o economista foi denunciado por subordinadas por assédio sexual e moral --e só deixou o comando da instituição ao pedir a própria demissão.
"O Brasil passou quase vinte horas na expectativa de que o presidente da República, Jair Bolsonaro, demitisse o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. Ontem o país tomou conhecimento que funcionárias o acusaram de assédio sexual", explicou a jornalista.
As reportagens deixaram claro que Guimarães era um dos membros mais longevos no gabinete do político. "Desde o início do governo, ele foi um aliado muito próximo de Bolsonaro, mas a gravidade da situação tornava insustentável a permanência no comando de um banco estatal", acrescentou Renata.
"E quase 20 horas depois da eclosão de mais esse escândalo, ele pediu demissão. Uma concessão de Bolsonaro para que o aliado não fosse demitido", ressaltou a âncora.
A repórter Delis Ortiz ainda frisou que a edição extraordinária do Diário Oficial confirmou que Guimarães se afastou da Caixa por vontade própria. Ele foi desligado a "pedido", ou seja, de própria vontade --mesmo com a pressão de opositores e da sociedade civil para retirá-lo do cargo.
As denúncias de assédio sexual contraPedro Guimarães foram divulgadas nesta terça (28), em uma reportagem do portal Metrópoles. Cinco mulheres diferentes, sob sigilo, relataram abordagens inapropriadas do executivo, incluindo toques íntimos e convites que não seriam compatíveis com as relações de trabalho.
O então presidente da estatal estava no cargo desde o início do Governo Bolsonaro. Guimarães chegou a participar de lives ao lado do chefe do Executivo, sendo visto com Bolsonaro em diferentes eventos.
As denúncias contra ele começaram a surgir em 2021, e todos os envolvidos trabalham ou trabalharam junto ao gabinete da presidência da Caixa.
De acordo com os depoimentos, Guimarães elegia mulheres que julgava bonitas para viagens profissionais, chegando até a promovê-las sem que preenchessem requisitos normalmente necessários.
O presidente da Caixa se aproximava colocando as mãos nas cinturas das funcionárias e nos pescoços, insistindo quando era afastado. Uma das profissionais chegou a relatar ter empurrado uma cadeira na porta do próprio quarto de hotel durante uma viagem por medo do economista.
Em sua defesa, Guimarães afirmou que as acusações noticiadas não são verdadeiras e não refletem a sua postura profissional ou pessoal. "Tenho a plena certeza de que não se sustentarão ao passar por uma avaliação técnica e isenta", disse ele, em nota à imprensa.
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