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BOA NOITE?

Jornal Nacional perde quase metade do público em 20 anos e sofre derrocada

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

William Bonner no comando da edição de 21 de março do Jornal Nacional, da Globo

William Bonner é editor-chefe e apresentador do Jornal Nacional: queda de ibope nos últimos anos

VINÍCIUS ANDRADE

vinicius@noticiasdatv.com

Publicado em 28/3/2023 - 7h00

Telejornal de maior audiência da televisão brasileira, o Jornal Nacional perdeu quase metade de seu público nos últimos 20 anos. É o que aponta um estudo obtido com exclusividade pelo Notícias da TV. Em 2004, o noticioso que já era comandado por William Bonner registrava 39,8 pontos de ibope na Grande São Paulo; já em 2023 (até 16 de março) esse número despencou para 23,5, uma queda de 41%. Em outras cinco capitais, o jornalístico também perdeu força nos últimos cinco anos.

Considerando a porcentagem entre os televisores ligados (share), o JN ainda é sintonizado por 38,1% dos aparelhos na principal região metropolitana do país --depois de quatro anos seguidos acima dos 40%, o índice voltou a cair em 2021, passado o auge da pandemia de Covid-19.

No século 20, o melhor ano do Jornal Nacional foi justamente em 2004, quando era apresentado pelo então casal Bonner e Fátima Bernardes. Naquela ocasião, o programa teve 39,8 pontos e atraia 61,9% das TVs ligadas em média --esse share é semelhante ao que alcançam jogos de Copa do Mundo.

Apesar da queda, este não é o pior momento da história do telejornal comandado por Bonner. Em 2015, quando bateu de frente com o fenômeno Os Dez Mandamentos na Record, a atração fechou o ano com 23,8 pontos de média e 36,4% de share, marca mais baixa de todos os tempos.

Ao comparar os dados do início dos anos 2000 com os de agora, é necessário levar em consideração que a TV aberta perdeu parte de sua audiência em proporção de televisores ligados por causa da concorrência com a TV por assinatura nos anos 2010 e, mais recentemente, para os serviços de streaming e conteúdos online em smart TVs, como Netflix e YouTube.

Queda nos últimos cinco anos

O pós-pandemia tem sido ruim para o noticioso também no comparativo com anos mais recentes, pouco antes da Covid-19. No PNT (Painel Nacional de Televisão), que mede as audiências nas 15 principais regiões metropolitanas do país, a atração caiu de 29,2 pontos em 2018 para 23,1 de média neste ano.

Além de São Paulo e do mercado nacional, em regiões como Porto Alegre, Goiânia, Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, o público tem diminuído em todos os anos desde 2018.

A maior queda foi no Distrito Federal: de 32,6 pontos de ibope e 49,0% de share para 22,7 de média e 38,8% no início deste ano --na capital federal, no entanto, há uma leve recuperação desde 2021, quando o JN estava com apenas 20,1 pontos de média e porcentagem de 32,8% dos televisores.

Além de depender do que acontece no país e no mundo para despertar interesse da audiência, o ibope do Jornal Nacional tem ligação com as novelas que passam no horário nobre da Globo. Antes da pandemia, entre 2017 e 2019, o noticioso se manteve próximo dos 30 pontos de média anual --no período, foram exibidas tramas como Força do Querer (2017), O Outro Lado do Paraíso (2017) e A Dona do Pedaço (2019), sucessos da faixa das nove.

Veja abaixo a média de audiência e o share (porcentagem de TVs ligadas) do Jornal Nacional nos últimos 20 anos --os dados são da Grande São Paulo:

AUDIÊNCIA DO JN - 2004-2023

ANOAUDIÊNCIASHARE
200439,861,9%
200535,854,8%
200636,454,3%
200734,053,8%
200832,450,9%
200930,950,4%
201029,849,2%
201132,052,4%
201228,248,5%
201325,944,1%
201423,839,2%
201523,836,4%
201626,839,0%
201729,842,2%
201829,843,0%
201929,443,1%
202030,043,3%
202125,738,1%
202223,636,6%
2023 (até 16/3)23,538,1%

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