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MEMÓRIA DA TV

Insatisfeitos com papéis, atores pediram para deixar O Salvador da Pátria em 1989

Divulgação/Memória Globo

Montagem com fotos de Cláudio Cavalcanti e Marcos Paulo em cenas de O Salvador da Pátria

Cláudio Cavalcanti e Marcos Paulo ficaram insatisfeitos com espaço que tinham na trama da Globo

THELL DE CASTRO

Publicado em 23/5/2021 - 6h45

Alguns artistas do elenco de O Salvador da Pátria (1989), atualmente exibida pelo canal Viva, ficaram insatisfeitos com o pouco destaque dado aos seus personagens e pediram para deixar o elenco da novela da Globo. Foram os casos de Cláudio Cavalcanti (1940-2013) e Marcos Paulo (1951-2012).

Afastado das tramas desde Hipertensão, novela das sete de 1987, Cavalcanti, então com 49 anos, passou dois anos se dedicando ao teatro, inclusive morando em Portugal, até aceitar o convite para viver Eduardo, figura misteriosa da novela de Lauro César Muniz.

"Quando me ofereceram o papel do Eduardo, achei ótimo, pois após fazer uma série de personagens bonzinhos e permanecer um tempo afastado da televisão, teria a oportunidade de fazer um mau-caráter, um homem atormentado e misterioso. Só que Eduardo acabou tão misterioso que nem eu sei coisa alguma sobre ele", reclamou o ator ao jornal O Globo de 9 de abril de 1989.

A função de Eduardo, que sabia detalhes sobre o passado de Marina Sintra (Betty Faria) em Londrina (PR), seria abalar as estruturas da fazendeira, além de colocar em dúvida a paternidade de Camila (Mayara Magri).

No final daquele mesmo mês, em entrevista ao jornal O Dia, Cavalcanti explicou o motivo de estar deixando a trama, após gravar a cena da despedida de Eduardo de Tangará, fictícia cidade onde se passava a história.

Ao citar o convite do diretor Paulo Ubiratan (1947-1998), o ator contou: "Ele me disse que o Lauro César tinha um papel fantástico de mau-caráter em sua novela e gostaria que eu fizesse o personagem. Aceitei. E, na verdade, o Eduardo entrou forte e prometeu muito".

"Mas, no final, não foi nem um bom papel nem um bom personagem. Nada foi bom para o Eduardo. Não podia ser: ele passou seis meses deitado num quarto de hotel. Na verdade, o Lauro tem um grande elenco nas mãos e começou a não poder escrever para todo mundo", desabafou.

No entanto, o veterano assegurou que não saiu da trama magoado e ainda aceitou o chamado de outro diretor, Gonzaga Blota (1928-2017), para dirigir cenas externas da própria novela.

Mais um caso

Na mesma época, foi anunciado que Marcos Paulo, que vivia Paulo, também sairia da produção. "O motivo é o que também afastou Cláudio Cavalcanti: pouco aproveitamento de seu personagem na trama", informou o Jornal do Brasil de 21 de abril daquele ano.

Em 14 de maio, O Dia informou que o ator e diretor até escreveu uma carta para Muniz, a quem muito admirava "como pessoa e como colega de profissão". Ele passou a se dedicar ao seu personagem na minissérie A, E, I, O... Urca, cujas gravações começariam três dias depois.

Ao contrário de Eduardo, Paulo voltou para O Salvador da Pátria no final, aparecendo nos dois últimos capítulos. No mesmo ano, ainda participou de Tieta, que também contou com Betty Faria --ela emendou as duas atrações.

Outro consagrado ator que não teve o merecido destaque, mas ficou até o final, foi Cecil Thiré (1943-2020), na pele do médico Lauro Brancato. No caso dele, não houve nenhuma reclamação através da imprensa. "Pela sinopse, eu sabia que iria assim. A importância dele é na segunda ordem", minimizou o ator ao jornal O Dia de 16 de julho de 1989.

"Acho uma pena eles estarem insatisfeitos. O que acontece é que tenho seis excelentes atores na novela, e eles estão incluídos aí, mas, por mais que me esforce, é difícil equilibrar todos. Eu não gostaria que eles saíssem, mas essa decisão cabe a eles", declarou Muniz ao Jornal do Brasil, encerrando o assunto.


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