MEMÓRIA DA TV
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Babi Xavier apresentou o Ilha da Sedução; reality show do SBT não decolou no ibope em 2002
Thell de Castro
Publicado em 24/4/2022 - 6h25
Animado com os resultados da Casa dos Artistas, o SBT passou a investir em outros formatos de realities para exibição nas noites de domingo. Com grande expectativa, a emissora de Silvio Santos estreou Ilha da Sedução há quase 20 anos, no dia 4 de agosto de 2002, com apresentação de Babi Xavier.
A atração, que terminou em 27 de outubro do mesmo ano, era baseada no modelo de Temptation Island, que fez sucesso nos Estados Unidos. Mas, por aqui, não pegou.
O formato do "teste de fidelidade do SBT", como foi chamado pela imprensa na época, era simples: quatro casais com relacionamentos estáveis eram separados em dois hotéis diferentes, ficando em companhia de 13 homens e mulheres lindos e solteiros.
Durante o jogo, os solteiros eram eliminados um a um, até restarem quatro deles, escolhidos para terem encontros de 24 horas com os cônjuges. Depois disso, era feita uma reunião dos casais para decidir se o relacionamento continuaria ou não.
Na trajetória da produção, o SBT teve problemas com o Ministério da Justiça, que queria a exibição da atração somente após às 22 horas, algo que provavelmente ocorreria hoje. Mas, naquela época, o canal queria a faixa das 21 horas. O ibope seguiu caindo --em 20 de agosto de 2002, a Ilha perdeu para o Fantástico por 39 a 21.
A principal reclamação dos telespectadores que viam a atração era a falta de cenas mais explícitas, já que pouca coisa era mostrada.
As traições não eram exibidas --justamente o que o povo queria ver; somente no sexto dos 13 episódios isso apareceu.
"O reality show tem a exploração da sexualidade como mote para conquistar público. Mas a emissora tem evitado levar ao ar cenas explícitas de traição e, talvez por isso, não esteja obtendo a audiência esperada", explicou a Folha de S.Paulo de 3 de setembro daquele ano.
Dessa forma, o programa não decolou no Ibope. A média de audiência, que foi de 23 pontos em agosto, caiu para 14 no final. Rick Medeiros, assessor da presidência do SBT na época, afirmou ao jornal O Globo de 27 de outubro de 2002 que nunca houve manipulação e que o programa custou a decolar porque criou a falsa expectativa de que haveria sexo, o que nunca aconteceu.
"Não há chances de pôr câmeras escondidas dentro dos quartos. A Fox não deixa", declarou, citando o canal que fez a produção da atração.
No final das contas, com baixo Ibope e pouca repercussão, o reality terminou com final feliz para somente um casal --Elaine e Werner, que saíram da ilha juntos. Marcelle e Leonardo, Luana e Rafael e Fabrízia e Marcelo acabaram se separando.
Uma segunda temporada ainda foi cogitada, mas teria diversas alterações no formato, provavelmente ficando mais picante. Contudo, isso nunca aconteceu, e o programa saiu de cena para nunca mais voltar.
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