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Globo arma operação de guerra para tirar do ar tuíte fake de Monalisa Perrone

Reprodução/TV Globo

A jornalista Monalisa Perrone no Hora 1 desta segunda-feira (29): vítima de fake news em rede social - Reprodução/TV Globo

A jornalista Monalisa Perrone no Hora 1 desta segunda-feira (29): vítima de fake news em rede social

DANIEL CASTRO

Publicado em 29/10/2018 - 12h55

Um tuíte fake atribuído à jornalista Monalisa Perrone causou uma mobilização inédita na Globo no último sábado (27). A postagem dizia que a apresentadora do Hora 1 tinha decidido se "posicionar politicamente" porque não iria "apoiar a volta do militarismo". Pela "democracia", a falsa Monalisa declarou que votaria em Fernando Haddad (PT).

O tuíte foi imediatamente reproduzido por centenas de usuários do Twitter. Sites e perfis de esquerda chegaram a noticiar que Monalisa tinha "rompido a mordaça" imposta pela Globo. O post ganhou proporção ainda maior ao ser usado pela campanha de Haddad, que agradeceu o "apoio" da jornalista.

Para minimizar os efeitos do que foi chamado internamente de "agressão virtual", a Globo mobilizou dezenas de jornalistas e advogados. Todos os apresentadores e repórteres influentes nas redes sociais que estavam de plantão foram acionados para informar aos usuários de que o post era falso.

"Alerta Importante: minha colega e amiga Monalisa Perrone não tem nenhuma conta e perfil em nenhuma rede social. Portanto, é totalmente fake o perfil em que ela apoia um candidato. Ajude a denunciar. Muito obrigado!", informou César Tralli, apresentador do SP1.

A iniciativa foi compartilhada por nomes como Christiane Pelajo, Elaine Bast, Roberto Kovalick, Sônia Bridi e Leilane Neubarth, entre outros.

Jornalistas de veículos da casa também foram convocados para noticiar a falsidade do tuíte. A falsa declaração de voto foi notícia no portal G1 e no site do jornal O Globo.

Os advogados da Globo, por sua vez, entraram em contato com o Twitter e com a campanha de Fernando Haddad. Conseguiram tirar o perfil do ar e uma declaração de desculpas do candidato do PT e de sua vice, Manuela D'Ávila.

A direção de Jornalismo da Globo provocou todo esse rebuliço porque considera extramamente prejudicial para sua imagem que um âncora de telejornal, como Monalisa Perrone, declare preferência partidária. Para a emissora, isso compromete a credibilidade e a suposta isenção do jornalista.

Em junho, a emissora atualizou os Princípios Editoriais do Grupo Globo, documento que normatiza a conduta ética de seus jornalistas, incluindo novas regras sobre o comportamento dos profissionais em redes sociais.

Depois disso, como informou o Notícias da TV em primeira mão, os jornalistas estão expressamente proibidos de manifestarem preferência por clubes de futebol, de curtir posts de candidatos no Facebook e até de expressarem suas opiniões sobre temas políticos em conversas privadas em aplicativos como o WhatsApp.

Na época, a emissora justificou as novas regras como uma necessidade "natural" diante da evolução tecnológica e das mídias sociais.

"É natural que as diretrizes da empresa sejam atualizadas com diretrizes mais detalhadas sobre o uso de redes sociais, na linha do que já fizeram veículos de prestígio como The New York Times e BBC. Essas diretrizes visam a evitar tudo o que comprometa a imagem de isenção dos veículos do Grupo Globo", disse o departamento de Comunicação.

A atualização das normas, incluindo até WhatsApp, foi uma reação a um áudio, atribuído a Chico Pinheiro, em que o âncora do Bom Dia Brasil protestava contra a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, em abril.

Monalisa Perrone não corria esse risco. Ela não tem perfil oficial em nenhuma rede social e, segundo fontes na Globo, usa o WhatsApp de forma muito restrita, sem participar de grupos. Mas não está imune aos inventores de factoides.

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